Arquivos queimados, não faziam parte dos documentos de memória, eram documentos pessoais de tramitação interna da fundação das bibliotecas
O fogo que atingiu a Biblioteca da Floresta, em Rio Branco, não atingiu o acervo histórico do local, apenas arquivos com documentos, segundo informou o diretor de Bibliotecas do Acre, Jackson Viana, em entrevista à Rede Amazônica, nessa terça-feira (17).
O incêndio ocorreu na noite do último sábado (14). De acordo com o Corpo de Bombeiros, equipes de dois batalhões foram enviadas ao local para apagar as chamas e foram usados cerca de 6 mil litros de água. Ainda conforme os bombeiros, somente após a perícia é que se pode confirmar o que causou o incêndio.
“Tivemos a perda de alguns arquivos que estavam sendo armazenados nesta sala e alguns danos na estrutura. O Corpo de Bombeiros precisou romper uma porta, algumas partes em acrílico do espaço, mas a biblioteca mesmo em si, aqui no que está sendo guardado, preservado não teve nenhum impacto significativo”, disse.
Conforme explicou, os arquivos queimados não faziam parte dos documentos de memória, eram documentos pessoais de tramitação interna da fundação das bibliotecas, nada que fosse importante historicamente.
O incêndio se concentrou na parte de baixo da biblioteca, onde fica o atendimento e onde são guardados os arquivos.
Logo após o sinistro, o presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), Manoel Pedro, tinha afirmado que as chamas tinham afetado parte do acervo do local e também de outros estabelecimentos culturais da capital, como a Usina de Arte, a própria FEM e Cine Teatro Recreio, que estão em obras e deixaram seus materiais na biblioteca. Mas, que não dava para precisar o quê.
Viana explicou que acervo da biblioteca fica em uma parte pouco mais ao final do térreo, e que os patrimônios de memória ficam no primeiro e segundo andar e por isso não foram atingidos, a não ser pela fumaça.
Agora, os cuidados serão redobrados e será solicitada a remoção do acervo para um local seguro, onde deve ficar até que seja feita a reforma definitiva explicou Viana.
“É uma reforma estrutural de grande escala. Não podemos fazer uma simples reforma de revitalização pois o projeto da Biblioteca da floresta desde sua origem, tem dificuldades de ser mantido naquele espaço, naquela localidade devido a umidade, devido o córrego que passa embaixo”, acrescentou.
Fechado ao público há quase 3 anos
A Biblioteca da Floresta está fechada para reforma e manutenção desde 2019. No entanto, não se vê nenhum indício de que o local passa por qualquer tipo de obra. Pelo contrário, no ano passado, o Ministério Público do Acre chegou a instaurar um procedimento preparatório para apurar a falta de manutenção do local.
O prédio com traços da cultura indígena e que traz uma mistura da arquitetura moderna com as construções típicas da Amazônia, está parado no tempo, bem no Centro de Rio Branco.
Em maio do ano passado, o presidente chegou a falar que o local estava com um projeto de reforma concluído, no entanto, não havia recursos para colocar em prática a obra. No domingo, Correinha afirmou que agora tem o recurso de emenda parlamentar, mas o projeto precisou ser alterado e não está pronto ainda. Não há previsão para início da reforma.
“Temos R$ 12 milhões de emenda para o estado e para a cultura, desses R$ 5 milhões são para reforma, ampliação e melhorias da Biblioteca da Floresta, R$ 5 milhões para o Teatrão e R$ 4 milhões para o Palácio. Essa emenda da senadora Mailza está aí, o que ainda não temos concluso é projeto, tinha um pronto, mas sofreu alteração na parte do auditório”, disse Correinha.
Sobre o funcionamento da Biblioteca da Floresta, o presidente da FEM afirmou que não há atendimento ao público, mas que existe vigilante diariamente no local, que inclusive foi que acionou os bombeiros, e há funcionários trabalhando para preservação dos arquivos. Segundo ele, o prédio passou por pequenos reparos no ano passado, por conta de ações de vandalismo.