Neuton Oliveira tem dez espécies diferentes de pitaya plantadas no quintal de casa, no bairro Vila Acre, na capital acreana. Produtor conheceu fruta durante viagem a São Paulo há oito anos e se apaixonou
Foi durante uma viagem para São Paulo (SP) há oito anos que o produtor rural Neuton Bessa de Oliveira experimentou pela primeira vez a pitaya, fruta exótica e pouco conhecida da família dos cactos, e se apaixonou. Após voltar para o Acre, ele começou uma plantação no quintal de casa, no bairro Vila Acre, em Rio Branco, com apenas seis mudas.
Atualmente, o quintal do produtor tem mais de mil pés da fruta, que é comum na América Central e no México, e começou a ser cultivada no Acre em uma área de meio hectare.
“Peguei, comi e gostei. Cheguei em Rio Branco e comentei com minha irmã e, um dia, há quatro anos, ela viu em um site a venda. Comprou um kit que vinham seis mudas com três variadas e me deu para plantar. Plantei e mandei pedir mais uns dois kits com a mesma quantia e encontrei um plantio no Pará, em uma cidade, e comprei 120 mudas. Coloquei 65 estacas dessa e fui aumentando a plantação.”
Ao todo, são dez espécies diferentes da fruta. Tudo cultivado em um quintal que não tem mais espaço. Oliveira explicou que agora deu uma parada na plantação por não ter mais para onde crescer. “Só se comprar outro local, só Deus vai saber. Se pudesse [ia querer]”, brinca.
Cuidados
A pitaya concentra poucas calorias e, apesar de ser doce, não é um alimento rico em açúcar e por isso é recomendado para dieta de emagrecimento. O plantio também é de fácil manejo porque a planta exige pouca água.
Para o plantio em sua propriedade, o produtor usou estacas como suporte e pneus colocados no chão que evitam que a planta encharque. Já na parte de cima, os pneus servem como base para quando as palmas começam a pesar e cair.
“Meu terreno aqui é acidentado, mas, mesmo assim, estou fazendo o trabalho com pneu para não encharcar o tronco dela porque não se dá com muito com água, fica encharcada. No verão, se não aguar, vai mudando a cor, vai ficando desbotado. É tanto que nesse verão, que o inverno demorou mais, aquela parte mais alta sofreu muito. Agora que começou a desenvolver”, afirma.
Investimento
O investimento na plantação de pitaya chega a R$ 12 mil. Em 2020, Oliveira começou a vender a fruta em feiras livres e também para donos de bares que usam no preparo de drinks. Porém, o retorno foi de apenas R$ 4 mil e com a pandemia ele parou as vendas e decidiu doar a produção.
Passeando pela plantação, Oliveira conhece todas as espécies e descreve cada uma. “Essa aqui é a branca, é vermelha, mas por dentro é branca. Tem uma diferença no sabor. Tem uma um pouco mais azeda, aquela outra é mais suave. Essa pink é diferente, a folha é mais curva. É muito doce também, você vai olhando e vendo a diferença”, explica.
Após exibir o plantio, o produtor também mostra os frutos que colhe no quintal. Ele falou que a fruta da cor vermelha por dentro é a mais procurada. A pitaya pode ser consumida em sorvetes, cremes, drinks e sucos. Mas, Oliveira diz que prefere comer a fruta in natura.
“Acho que é pela cor. Essa aqui é mais suave. Na branca tem um pouco mais de azedo. Eu prefiro comer in natura, assim, e degustar”, finaliza.