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Após decretar emergência alegando ‘extrema seca’, governo do Acre pede ajuda da União

Após decretar emergência alegando ‘extrema seca’, governo do Acre pede ajuda da União

Governador Gladson Cameli informou que pediu reforços para aumentar quantidade de carros-pipa, cestas básicas e água mineral para amparar famílias

Após decretar situação de emergência alegando “extrema seca”, o governo do Acre pediu ajuda ao governo federal. Em um vídeo compartilhado em suas redes sociais nessa quarta-feira (11), o governador Gladson Cameli expressou a necessidade de ampliar os serviços de assistência destinados às famílias impactadas por esse cenário.

“Meus amigos, estamos atravessando um dos mais graves períodos de seca dos últimos anos, além de alertar e dar os primeiros socorros para nossa população, nosso governo decretou situação de emergência por causa da estiagem. Com isso, estamos pedindo reforços do governo federal para aumentar a quantidade de caminhões-pipa, cestas básicas e água mineral para amparar as famílias que sofrem com a seca em todo o estado”, afirmou Cameli.

Ao g1, o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, informou que a solicitação foi feita na terça-feira (10) e que o governo aguarda resposta da União. “A solicitação ainda está em apreciação pela Defesa Civil Nacional. Estamos aguardando a análise da documentação por parte do governo federal.”

Nesta quinta-feira (12), o Rio Acre marcou 1,54 metro na capital acreana, segundo dado da Defesa Civil de Rio Branco. A menor cota histórica foi de 1,25 metro, registrada no dia 2 de outubro de 2022.

Decreto de emergência

O decreto 11.338, publicado na sexta-feira (6) no Diário Oficial do Estado, estabeleceu situação de emergência no estado do Acre justificada pelo “cenário de extrema seca vivenciado e da iminente possibilidade de desastre decorrente da incidência de desabastecimento do sistema de água no estado do Acre.”

O documento, assinado pelo governo do estado, alega que o volume de chuvas no primeiro semestre do ano foi inferior à média.

“O período compreendido entre os meses de maio a novembro normalmente apresenta características de baixos índices de precipitação, temperaturas elevadas, baixo percentual de umidade relativa do ar e ventos fortes. A diminuição abrupta das precipitações acarreta considerável redução no nível dos Rios Acre, Purus, Juruá, Tarauacá, Envira, Iaco e Moa, atingindo substancialmente o abastecimento hídrico da população, agricultura e pecuária dos municípios localizados em suas respectivas bacias”, pontua.

O decreto, que tem 90 dias de vigência, não fala em dados ou números relacionados às medidas, mas ressalta ainda que há risco de aldeias indígenas ficarem isoladas devido à falta de navegabilidade dos rios, ocasionando diversos problemas de abastecimento de alimentos e outros insumos a essas comunidades.

O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, destacou que um relatório com todos esses dados deve ficar pronto ainda na semana que vem. Segundo ele, os carros-pipas estão sendo usados para abastecer cidades do interior, como Porto Acre, Cruzeiro do Sul, Tarauacá Xapuri, Epitaciolândia.

Batista destaca ainda que a estiagem atinge não só comunidades ribeirinhas, mas está diretamente ligada ao aumento de doenças, incêndios florestais e outras mazelas. Em setembro, o governo decretou emergência na Saúde por conta em decorrência da superlotação das unidades estaduais de saúde, causada pela situação da má qualidade do ar.

seca 001Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Acre já registrou, de janeiro a 5 de outubro, 5.164 focos de queimadas — Foto: Neto Lucena/Secom

Para 2023, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica do governo dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), estima que o El Niño tenha uma das ocorrências mais intensas dos últimos 70 anos.

O decreto de emergência destaca que se trata de uma medida de prevenção e preparação para hipótese de ocorrência de desastres na modalidade de incêndio e estiagem severa.

Queimadas

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Acre já registrou, de janeiro a 12 de outubro, 5.788 focos de queimadas. Somente nos 12 dias de outubro, foram 1.065 focos. Em outubro, Feijó liderou o ranking entre os municípios acreanos com um total 148 focos, seguido de Sena Madureira com 146 e Rio Branco com 135.

Em julho, antes mesmo desse cenário piorar, o governo do Acre declarou situação de emergência ambiental em dez cidades do estado. Conforme o decreto, a emergência declarada é válida entre os meses de julho a dezembro de 2023.

Menores cotas do Rio Acre já registradas são:

  • 1,30 metro - 17 de setembro de 2016
  • 1,29 metro - 11 de setembro de 2022
  • 1,27 metro - 28 de setembro de 2022
  • 1,26 metro - 29 de setembro de 2022
  • 1,25 metro - 2 de outubro de 2022