..::data e hora::.. 00:00:00

Geral

Após a saída de desabrigados, boxes são desmontados no Parque de Exposições de Rio Branco

Após a saída de desabrigados, boxes são desmontados no Parque de Exposições de Rio Branco

Estrutura montada para abrigar famílias afetadas pela cheia do Rio Acre começou a ser desmontada nesse sábado (29) no Parque de Exposições Wildy Viana

As famílias afetadas pela cheia do Rio Acre e abrigadas no Parque de Exposições Wildy Viana, na capital, já retornaram para casa e a estrutura montada no local começou a ser desmontada nesse sábado (29). A informação é da Defesa Civil Municipal.

As equipes da prefeitura começaram a montar os boxes no dia 7 de março, quando o Rio Acre ultrapassou os 12 metros. As primeiras famílias desabrigadas começaram a chegar no parque no dia 14 de março.

Este ano, o Rio Acre transbordou no dia 10 de março e ficou acima da cota de transbordo, que é 14 metros, até a última segunda-feira (24). A cheia atingiu mais de 31 mil pessoas na capital acreana este ano.

A maior cota atingida pelo manancial em 2025 foi de 15,88 metros, marcada às 15h de 17 de março. Neste domingo (30), o rio está com 9,25 metros. A partir de 19 de março, o rio começou uma lenta vazante na capital acreana.

Na quarta (26), as equipes da prefeitura iniciaram a limpeza nos bairros afetados para preparar o retorno das famílias atingidas. Já na quinta (27), foi iniciada a “Operação de Volta para Casa” e encerrado o transporte das famílias às 18h de sexta (28). Cerca de 175 famílias ficaram abrigadas no parque.

abrigo parque expoacre 002Ao todo, cerca de 175 famílias ficaram abrigadas no parque este ano — Foto: Arquivo/Defesa Civil de Rio Branco

Antes de sair dos abrigos, os moradores receberam material de limpeza e uma cesta básica. Mesmo com a desmontagem dos boxes, o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que o parque seguirá sob a administração do órgão.

“Estamos fazendo o desmonte dos boxes, talvez até terça [1º] a gente consiga desmontar todos. A gente reaproveita o material, mas não vamos desativar o parque, vai ficar mais alguns dias com a gente. Fizemos o cadastramento das famílias e agora vamos acompanhá-las nos bairros”, ressaltou.

Ainda segundo o coronel, essas famílias vão continuar recebendo ajuda com alimentos, colchões, kits higiene e também com a liberação do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Doze das famílias que estavam nos abrigos foram levadas para o aluguel social.

“Temos outras que estão em monitoramento e podem ir para o aluguel. Essas famílias que foram para o aluguel são de lugares que não têm mais condições de retorno”, reformou.

O coronel destacou que toda a bacia do Rio Acre está em vazante e, portanto, as águas não devem ficar mais acima dos 10 metros na capital. “Uma das preocupações era o Riozinho do Rolo, mas já está chegando aos 12 metros e, tudo indica, que agora vai chegar a 6 metros dentro de alguns dias. A parte hidrológica já foi superada, agora temos a fase geológica, onde temos sérios problemas”, destacou.

Mais de 100 residências em risco

O coordenador disse que há cerca de 100 residências com risco de desabamento na capital acreana por conta da cheia. Essas casas passam por vistorias constantemente e as equipes da Defesa Civil Municipal.

Alguns dos moradores dessas residências estão no aluguel social. “Esse número é só de 2025. Há o risco geológico, quando há a movimentação de terra e atinge a residência, e também tem a questão da estruturação da própria edificação, que às vezes é feita com madeira reaproveitada e improvisada. Isso começa a deteriorar e temos várias casas desse jeito”, pontuou.

Decretos

O prefeito Tião Bocalom decretou, no último dia 14, situação de emergência devido à enchente. Já o governador Gladson Cameli decretou situação de emergência diante do aumento do nível dos rios Acre, Juruá, Purus e Envira, no dia 10 de março. Na última terça (18), após uma semana, governo do estado alterou o decreto e acrescentou os rios Tarauacá, Abunã e Moa.

Conforme a Defesa Civil de Rio Branco, a enchente deste ano afetou:

  • Mais de 8,6 mil famílias diretamente, o equivalente a 31.318 pessoas;
  • Mais de 180 famílias ficaram em abrigos, totalizando 700 pessoas;
  • Outras 598 famílias ficaram desalojadas, ou seja, foram para casa de parentes ou amigos;
  • 19 comunidades rurais afetadas, dentre elas três são isoladas, e 2.198 famílias rurais atingidas;
  • 43 bairros da capital atingidos.