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Aos 66 anos, idosa comemora primeira habilitação e fala da conquista: ‘Independência’

Aos 66 anos, idosa comemora primeira habilitação e fala da conquista: ‘Independência’

Viúva, ela diz que foi uma maneira que achou de ser mais independente. Porém, Francisca Bernardo diz que não vai largar a bike

A cidade de Tarauacá, no interior do Acre, é conhecida pelos seus moradores gostarem de andar muito de bicicleta. Não é difícil ver pela cidade estacionamento repletos de bicicletas. Francisca Bernardo é uma das ciclistas, mas, na semana passada decidiu dar um passo importante: tirar a carteira nacional de habitação pela primeira vez aos 66 anos.

Professora aposentada, viúva e mãe de dois filhos, atualmente ela mora sozinha na cidade, já que os filhos vivem na capital. Para resolver as coisas, ela sempre optava pela bicicleta, mas, um problema de coluna limitou essa atividade.

“Toda vida eu só andei de bicicleta. Gosto muito. Tudo que vou fazer é de bicicleta. Mas eu tive um problema muito sério na coluna, me achei na necessidade de tirar minha carteira”, conta.

idosa 002Dona Francisca ao lado de instrutores no dia da prova para tirar CHN em Tarauacá - Foto: Arquivo pessoal

Durante todo o processo, ela diz que recebeu apoio tanto dos filhos, como dos instrutores e das amigas que agora se inspiram na aposentada. E olha que ela passou de primeira.

“É uma cidade pequena, toda plana, aí faço minhas compras, coloco na garupa, coloco na cesta da bicicleta, mas quando eu me vi impossibilitada pelo motivo da coluna, pensei em tirar a habilitação para carro, porque vou sentada e preciso manusear só os braços e os pés. Então, eu praticava com meu instrutor, chamado Carlos, que é muito bom, paciente, e que foi fundamental para que eu conseguisse passar”, contou.

O dia que ela fez a prova prática foi um evento na cidade. Muita gente parou pra ver dona Francisca fazer a prova. Agora, ela tem 30 dias para receber a CNH, mas já adianta que não vai abrir mão da magrela. Vez ou outra, ela garante que vai continuar dando umas pedaladas.

“Sou viúva há seis anos. Antes de adoecer e morrer, meu marido que dirigia. Então, tirar minha CNH é uma independência. Agora, muitas colegas que têm a minha idade dizem que vão tirar também eu incentivo que tem que tirar mesmo porque é uma necessidade”, finaliza.