Ato foi organizado por alunos do 5º ano do curso de Direito do Centro Universitário U:Verse, que anunciou o encerramento das atividades em junho. Turmas entregaram requerimento e reitoria diz que documento será avaliado
Alunos do 5º ano do curso de Direito do Centro Universitário U:Verse, em Rio Branco, fizeram um protesto em frente à instituição na tarde desta quinta-feira (20) por conta dos prejuízos causados com o encerramento das atividades. As turmas alegam que a instituição não está cumprindo com as normas da transferência assistida feita nesses casos.
Na oportunidade, as turmas também entregaram para a reitoria um requerimento pedindo a garantia da colação de grau deles no final do ano.
Ao g1, o pró-reitor Igor Clem explicou que está de licença médica e não acompanhou o ato dos estudantes. Contudo, garantiu que o documento e a solicitação dos alunos será avaliada e a equipe dará um retorno.
O centro universitário anunciou encerramento das atividades a partir do dia 30 de junho. Entre os motivos que levaram ao fechamento, a direção da instituição citou a pandemia de Covid-19 e grande evasão de alunos.
À época do anúncio, o centro universitário informou que os estudantes seriam transferidos para a Unimeta. O Ministério Público do Acre (MP-AC) convocou uma reunião com o reitor em exercício da instituição, Igor Clem, para acompanhar os procedimentos relacionados aos alunos que estavam matriculados na instituição.
Contudo, segundo os alunos de direito, a grade curricular das demais faculdades é diferente do centro universitário. Os estudantes que estão no 5º período do curso, por exemplo, que iriam formar no final deste ano, na grade de outras faculdades, só vão poder formar no segundo semestre do ano que vem.
Cristian Dourado é uma das alunas que se dizem prejudicadas. Ela explicou que há colegas do 5º período que já passaram na primeira fase do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outros que assinaram a contratação de serviços de formatura.
“A U:Verse é a única faculdade do estado que tem uma grade curricular anual, o que impede que a gente consiga se encaixar em qualquer grade curricular de ensino. A gente tem perda com relação ao tempo e também financeiro porque vamos pagar mais. Descobrimos que não está havendo a efetiva transferência assistida, que é feita com auxílio do MEC, para evitar esses danos”, falou.
Alunos podem perder bolsas
Outro problema apontado pelos alunos é com relação às bolsas de estudos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do Programa Universidade Para Todos (ProUni). A instituição que for receber esses alunos não é obrigada a manter as bolsas, por exemplo, já que tem um limite de bolsistas.
“Então, essas pessoas vão perder as bolsas. Tem colegas do interior que a família ajuda, que mudou toda a vida, família paga aluguel, vão perder a bolsa e agora vão ter que pagar. Estamos tendo muitas perdas, não é dessa forma que se fecha uma instituição de ensino. Simplesmente mandar um aviso no instagram ‘estamos fechando’. Existem regras, a gente estudou a legislação e o MEC precisa acompanhar para evitar essa situação”, lamentou.
Ainda segundo a estudante, o centro universitário decidiu manter as aulas de mestrado e doutorado, encerrando apenas as atividades da graduação. “A gente entendeu que o fato do MEC não ter sido informado deve ser porque a instituição não quer perder o credenciamento para manter o mestrado e doutorado que tem. O MEC não foi informado e sabemos disso porque na reunião que tivemos com a defensoria, a OAB estava presente, tentamos um acordo e avisaram que o MEC não tinha sido avisado”, confirmou.
Cristian disse que os alunos buscam uma solução que possa ajudá-los a terminar os estudos no tempo previsto. Ela destacou que 60 alunos do turno da noite e cerca de 20 da tarde que podem ser prejudicados.
“Pode-se fazer intensivão de ensino, podemos ter inúmeras possibilidades de garantir o término do ano letivo. Interromper dessa forma está sendo terrível para a gente. Todos podem ser prejudicados, mas os que estão no últino ano de graduação são mais prejudicados porque para ter uma adequação de grade curricular a pessoa vai levar, no mínimo, um ano para poder formar”, concluiu.