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Acumulado de chuva em Rio Branco chega a 114,5 milímetros, mas segue abaixo do esperado para novembro

Acumulado de chuva em Rio Branco chega a 114,5 milímetros, mas segue abaixo do esperado para novembro

Rio Acre está com 1,90 metro nesta sexta-feira (25). Operação Estiagem foi estendida até primeira quinzena de dezembro

O acumulado de chuva em Rio Branco, até sexta-feira (25), chegou a 114,50 milímetros, mas ainda segue abaixo do esperado para o mês de novembro, que é de 224,3 milímetros. O Rio Acre também segue abaixo do nível registrado neste mesmo dia dos últimos anos, que é de 1,90 metro.

Apesar de ter chovido 51% do esperado para todo o mês, o coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, disse que o mês continua em situação atípica e de alerta, uma vez que as chuvas foram muito escassas na primeira quinzena de novembro.

Além disso, devido à seca, a operação com carros-pipas que levam água potável para comunidades rurais da capital continua estendida até a primeira quinzena de dezembro. A maioria dessas comunidades é abastecida por poços artesianos, que estão secos devido à seca severa deste ano.

Atualmente, são atendidas 23 comunidades, que totalizam 3,3 mil famílias em Rio Branco.

“A operação ainda está rolando, porque a gente ia suspender no dia 5 de dezembro, mas vamos prolongar, porque ainda não temos um cenário bom. Primeiramente a gente está pensando em ir até 20 de dezembro, mas o que vai realmente mandar é o tempo, porque se começar a chover muito, pode ser que os caminhões passem a não conseguir mais entrar nos locais que a gente precisa entrar”, explica.

O coronel é categórico ao afirmar que este é “um novembro nunca visto antes”. Apesar de nesta segunda quinzena de novembro, as chuvas serem mais constantes, ele diz que o estado ainda é de alerta, já que os primeiros dias de novembro foram de seca.

“Tivemos um deficit e o que tem chovido é o que se esperava para a segunda quinzena, mas estamos devendo a primeira. À situação ainda é complicada e totalmente atípica, estou com o olho bem aberto com os municípios de Assis Brasil, Brasileia e Xapuri, onde tivemos uma mudança drástica, então a gente deve começar a mudar o cenário do rio, mas o que interfere diretamente são as chuvas da capital”, pontua.

Preocupação

A seca do rio e a falta de chuva preocupam também especialistas. Há estudos apontando, inclusive, que nos próximos anos, o manancial pode chegar a cota zero. Além disso, o professor da Universidade Federal do Acre (UFAC) Foster Brown, já fez um alerta para mudanças no clima e destaca a necessidade de uma adaptação. Segundo ele, o clima do Acre está mudando.

O especialista é uma referência na área por ter experiência em geoquímica, ecologia, com ênfase em ecologia aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: mudanças globais, queimadas, sensoriamento remoto, estimativas de desmatamento, uso de florestas, métodos de verificação do uso da terra.

“Estamos vivendo um período mais parecido com julho do que novembro. Nós temos mudanças de misturas naturais e mudanças provocadas pelo ser humano. É preciso reconhecer que nós estamos dependente, então nós precisamos nos adaptar.”

Aviso Inmet

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta laranja de perigo de chuvas intensas em todo o Acre entre esta sexta-feira (25) e às 10h de sábado (26). A previsão é de chuva entre 50 e 100 milímetros de chuva ao longo do dia, além de ventos intensos, que podem chegar a 100 quilômetros por hora. Há ainda risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.

Os avisos do instituto têm sido recorrentes nesse período em que se conhece como “inverno amazônico”.

Instruções

Em caso de rajadas de vento: (não se abrigue debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda)

Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia.

Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).

As menores cotas já registradas são:

  • 1,30 metro - 17 de setembro de 2016
  • 1,29 metro - 11 de setembro de 2022
  • 1,27 metro - 28 de setembro de 2022
  • 1,26 metro - 29 de setembro de 2022
  • 1,25 metro - 2 de outubro de 2022