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Acreanos voltam da China com especialização em bambu

Acreanos voltam da China com especialização em bambu

O Seminário “Substituir o Plástico Por Bambu” foi realizado de 10 a 29 de outubro de 2025 pelo Centro Internacional de Bambu e Rattan (ICBR), em Pequim, China, com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Frente Parlamentar Mista do Bambu e das Fibras Naturais.

“Nenhuma outra planta em todo o mundo tem a capacidade de ser utilizada de tantas formas. É um presente da natureza para a humanidade”, afirmou o professor Lin Zhen, da Universidade Florestal de Pequim.

Com organização do Ministério do Comércio chinês, 25 profissionais de áreas diversas, mas todas com foco na bioeconomia, estiveram no complexo do Centro Internacional de Bambu e Rattan em Pequim, na China.

A estrutura do ICBR possui o próprio hotel, laboratórios e centro de estudos, além de museu e ambientes de exposição de produtos oriundos da matéria-prima abundante em diversas partes do mundo, notadamente na China e em diversos estados brasileiros, com ênfase no Acre.

Trata-se do bambu! As instituições envolvidas objetivam promover maior conscientização, capacitação e ação dos profissionais selecionados para o progresso socioeconômico com utilização do bambu e a substituição do plástico. A proposta é desenvolver produtos multifuncionais para o cotidiano.

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Sobre o plástico – a problemática residual

A quantidade de plástico descartada na natureza beira o caos. Rios, mares, oceanos, terras, animais e o próprio ser humano tem sofrido com os elementos nocivos e não degradáveis do plástico.

Segundo a Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o uso nocivo do material tem impacto para a saúde humana e a crise climática. Estima-se que o mundo produza 430 milhões de toneladas de plástico anualmente e penas 9% são reciclados.

No ritmo atual, a produção de plástico deve triplicar até 2060. A agência alerta que dois terços dos produtos plásticos possuem um ciclo curto, sendo descartados rapidamente. Estima-se que o mundo gerou 139 milhões de toneladas métricas de resíduos plásticos descartáveis em 2021. Isso equivale a mais de 13,7 mil Torres Eiffel. (Dados da ONU News).

O seminário – pesquisas e aplicações

Acre, Amapá, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Bahia e Paraíba. Esses foram as cidades brasileiras contempladas com a participação na Pós-graduação em Nível de Aperfeiçoamento, no International Center for Bamboo and Rattan (ICBR) e International Bamboo and Rattan Organization (INBAR).

Palestras temáticas, análise de casos, visitas técnicas e intercâmbio de discussões fizeram parte do rico conteúdo em que o eixo principal está na substituição do plástico pelo bambu. A jornalista e também formada em Comércio Exterior, Mirla Miranda, esteve no evento representando o Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre (Fieac, Faeac, Fecomércio).Juntamente com o analista da Embrapa, Márcio Bayma e a professora da UFAC, Clarice Carvalho, fizeram valer a presença do Acre, levando pesquisa, conhecimentos e ações já feitas na promoção da utilização do bambu no estado.

Além das importantes aulas teóricas em Pequim, outras cidades foram visitadas, ambas na Província de Fujian, região de predominância do bambu “mossô” (Phyllostachys edulis), com maior espessura e caule retilíneo.

A cidade de Nanppingpossui possui grande concentração de indústrias de piso laminado, móveis, artefatos variados, bem como alimentícias. O broto de bambu possui diversas propriedade naturais e das folhas derivam um chá leve e calmante.

Nanpping possui quase 2,7 milhões de habitantes e uma rica cultura de chás, e foi na região de Fujian que o grupo pôde conhecer pequenas, médias e grandes fábricas em que o protagonista é a planta gramínea de fácil crescimento, resistência e flexibilidade, autossustentável. Na cidade de Jianou, que o cultivo e produção de brotos se revelou mais forte, com uma gama variada de cortes e envasamento do produto são destinados para exportação.

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Sobre o bambu – solução biodegradável e sustentável

Existe 1642 espécies de bambu catalogadas em todo o mundo. A China possui 7,53 milhões de hectares da espécie, enquanto somente o Acre possui 4,5 milhões de hectares de recursos da planta, sendo popularmente conhecida como taboca, de maior presença nas manchas do Acre (Guadua angustifolia e Guadua weberbaueri).

Na China, o valor total de produção da indústria foi de aproximadamente 450 bilhões de yuans em 2023 (340 bilhões de reais). Esperasse que ultrapasse 700 bilhões neste ano (530 bilhões de reais), e um trilhão de yuans nos próximos dez anos, o que em reais equivale a 750 bilhões.

Para o uso da espécie nativa do estado, o Guadua é visto como um “capital sustentável” para a bioeconomia, com potencial para gerar renda, principalmente na produção de itens como compensados, painéis e pisos, além de biomassa e carvão vegetal.

Mas o caminho ainda é longo. Por falta de expansão do conhecimento, paradigma de que a planta que se alastra demais, ocupando espaços florestais, e a carência de políticas de manejo e produção, o bambu ainda é pouco ou quase nada utilizado, comparado a China, que vê a planta como “a origem da conservação”, já que quanto mais se maneja, mais a floresta se desenvolve, sem necessitar a retirada de árvores.

Além das milhares possibilidade de uso do bambu, as florestas desta espécie são chamadas de ‘bancos verdes’ ou ‘bancos ecológicos’ devido seu potência na compensação de carbono. Segundo o deputado Giovani Cherini (PL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista do Bambu e das Fibras Naturais, é hora de tratar a planta com o verdadeiro potencial que ele possui.

“Por isso precisamos trabalhar para regulamentar a Lei Nacional do Bambu, representada pela Lei nº 12.484/2011, que visa fortalecer a cadeia produtiva e promover o uso sustentável desse recurso ambiental valioso em todo o país”, disse.

Cherini entende que o Governo deve atender às necessidades dos pequenos e médios produtores, por meio da abertura de linhas de crédito e outras políticas que incentivam o cultivo e o uso do bambu.

De acordo com o parlamentar, isso não apenas beneficiará a economia local, mas também contribuirá para a mitigação da crise climática global, uma vez que o bambu é uma cultura de crescimento rápido e eficaz na captura de carbono.

Também participaram:

- Alexandre Oliveira Vitor BROTO - Engenharia Civil Consciente - Diretor Executivo e Designer

- ⁠Anelizabete Alves Teixeira Pazini - Universidade Estadual de Goiás, Rede Brasileira do Bambu Professora, Presidente da Rede Brasileira de Bambu (RBB)

- ⁠Bruna Patricy Sobral Conceição Ribeiro - Conservação da Terra Brasileira - Coordenadora de Projetos

- Bruno de Andrade Martins Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) - Diretor de Divisão

- ⁠Camila Llerena Hue - Ebiobambu - Gerente Administrativo

- ⁠Clarice Maia Carvalho - Universidade Federal do Acre - Professora

- Dimitrius Neves Paraguassú S Oliveira Universidade Federal da Amazônia Rural (UFRA) - AmazonCel Lab - Pesquisador

- Dierry Felipe Telles Bambu Arte LTDA - Sócio-Diretor

- Eloisa Piardi Ricchetti - Estúdio de Arte em Bambu- Arquiteto, Urbanista Designer

- Ezequiel Giaretta - Cooperativa de Crédito Agrícola CrediSeara - Gerente Técnico

- lara Zaccaron Zanoni - Universidade de Santa Catarina do Sul/BambuSC - Assistente de Pesquisa

- Izumi Honda - Yumedono Bamboo Design Studio - CEO

- Jeferson Ferreira da Rosa - Instituto Brasileiro de Tecnologia, Qualificação e Pesquisa em Agricultura -

Presidente

- Joelma da Mota Louredo - OKA Acústica e Arquitetura Limitada / Rede Brasileira de Bambu

Gerente Geral

- José Eduardo Santos Mamédio - Conservação da Terra Brasileira - Coordenador de Projetos

- Luciana Barcelos da Silva Ribeiro - Câmara dos Deputados - Frente Parlamentar Mista em Apoio ao Bambu - Assessora Parlamentar e Secretária do coordenador

- Marcos Paulo Balbino EMBRAPA - Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Mato Grosso

- Nicholas Lucena Queiroz - PROCASE - Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável do Estado da Paraíba - Coordenador Técnico

- Pedro Francisco Rubim Marquezini - Universidade Federal de Santa Maria - Artesão

- Rodrigo Preis - Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Santa Catarina (FETRAF SC) -Coordenador Geral

- Rogério De Miranda Ribeiro - Conservação da Terra Brasileira - Coordenador do Projeto

- Vitor de Andrade Lacerda - PROCASE - Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável do Estado da Paraíba - Coordenador de Operações

- Wagner Lucena Alexandre - EMBRAPA -Pesquisador