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Acre registrou 9.290 hectares de cicatrizes de queimadas até julho deste ano, aponta relatório

Acre registrou 9.290 hectares de cicatrizes de queimadas até julho deste ano, aponta relatório

Em julho, governo do Acre declarou situação de emergência ambiental em dez cidades do estado

Dados do projeto Acre Queimadas, que envolve diversos órgãos ambientais e pesquisadores, apontam que o Acre registrou, até julho deste ano, 9.290 hectares de cicatrizes de queimada. O novo relatório mostra que no histórico de queimadas mapeados para os anos de 2005 a 2022, os anos mais críticos foram 2005, 2020, 2021 e 2022.

O ano passado foi segundo ano com maior área queimada mapeada desde 2005, quando foi registrado o ano mais crítico no estado.

No começo de julho, considerando os dados de desmatamento ilegal, queimadas, incêndios florestais e degradação florestal nos últimos anos, o governo do Acre declarou situação de emergência ambiental em dez cidades do estado.

Entre as cidades em situação de emergência estão:

  • Acrelândia
  • Brasiléia
  • Bujari
  • Cruzeiro do Sul
  • Feijó
  • Manoel Urbano
  • Sena Madureira
  • Tarauacá
  • Rio Branco
  • Xapuri

Conforme o decreto, a emergência declarada é válida entre os meses de julho a dezembro de 2023. Para a medida, o governo considerou os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que, segundo a publicação, apontam um aumento de 127% no desmatamento no Acre entre os anos 2018 e 2021, comparado com o quadriênio anterior.

Pelo relatório, Rio Branco tem a maior área de queimadas do estado, seguindo de Feijó e Cruzeiro do Sul.

El Niño

O fenômeno conhecido como El Niño, que aumenta temperaturas e reduz chuvas, voltou a ser registrado após três anos de La Niña, que tem efeitos opostos. Para 2023, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica do governo dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), a estimativa é que o El Niño tenha uma das ocorrências mais intensas dos últimos 70 anos.

E, tendo como base essa informação, que o relatório alerta. “Alertamos a grande preocupação de incêndios em áreas agrícolas e na floresta em pé. É necessário que todas as medidas para controle das queimadas sejam tomadas, evitando cenários como de 2005 ou semelhantes”, destaca Sonaira da Silva, engenheira Agrônoma e doutora em Ciências Florestais Tropicais pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

Com o monitoramento constante da qualidade do ar no Acre, mostra que os meses de agosto a outubro são os mais críticos em todos os anos monitorados.