Dia seguinte às festas teve grande quantidade de materiais descartados fora das lixeiras. Público acima do esperado contribuiu para que volume de materiais descartados fosse elevado
Na noite do dia 31 de dezembro, o Calçadão da Gameleira e o estacionamento do estádio Arena da Floresta foram os principais palcos do Réveillon em Rio Branco. Em meio à empolgação com a chegada do novo ano, um antigo costume voltou a ser evidenciado: o lixo espalhado em calçadas e ruas.
De acordo com a Secretaria de Cuidados com a Cidade, as equipes de limpeza devem retirar 145 toneladas de lixo dos locais que sediaram as festas públicas de ano novo, e que reuniram cerca de 60 mil pessoas.
Uma equipe da Rede Amazônica Acre esteve nos locais das festas na manhã desta segunda-feira (1) e flagrou copos, garrafas, latas e restos de comida espalhados pelo chão.
O público acima do esperado contribuiu para que o volume de materiais descartados fosse elevado. Para a coordenadora de varrição, Natalice Cardoso, o público até tenta ter consciência quanto à manutenção dos espaços públicos, mas a quantidade de materiais descartados pode ter sido maior do que a capacidade das lixeiras nesses locais.
“Bem complicado, mas a equipe de varrição sabe que há diversão quando há lixo. A gente chega para cuidar, para que a população possa chegar e abrilhantar a nossa área central novamente, como a Praça da Revolução, que é ponto turístico, a nossa Gameleira. Eles até tentam [ter cuidado com o descarte de lixo], creio eu. Só que, pelo movimento bem grande, as lixeiras não suportam, e o lixo acaba caindo”, avalia.
Porém, apesar do descarte incorreto de lixo ser um problema, catadores de materiais recicláveis enxergam uma oportunidade para tentar aumentar o faturamento durante datas comemorativas como o Réveillon. É o caso de Marcos Gomes, que disse que neste momento conseguiu pagamentos melhores com o material que recolheu na Arena da Floresta.
“Graças a Deus que deu bastante latinhas. De uns 10 catadores, todos saíram com fartura de latinha. A festa foi boa, e deu muitas latinhas”, conta.
Ainda assim, ele também fica incomodado com a quantidade de lixo jogada pela população nesses locais.
“Os organizadores deveriam pagar alguém para limpar [os locais]. Eu creio que o pessoal da prefeitura vem limpar. Isso é falta de responsabilidade das pessoas, pois está deixando prejuízo para a natureza, porque junta lixo, e aí tem que pagar alguém para limpar”, afirma.