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Seleção aplica conceitos de treino no Maracanã em quarta goleada em casa nas Eliminatórias

Seleção aplica conceitos de treino no Maracanã em quarta goleada em casa nas Eliminatórias

Com recuperação veloz da bola, linha de passe até a área e variações no ataque, Tite amplia leque de opções em goleada contra o Chile a oito meses da Copa do Mundo

Rio de Janeiro - Nos últimos oito jogos, Tite escalou quatro quartetos ofensivos diferentes. O da noite de quinta-feira de despedida da Seleção no Maracanã, pela 17ª rodada das Eliminatórias, teve Vinicius e Antony pelo lado, Neymar e Lucas Paquetá pelo meio. O Chile se esforçou para neutralizar o volume de jogo brasileiro, mas a partir do pênalti na metade final do primeiro tempo foi presa fácil.

Os 4 a 0, com dois gols em cada tempo - Neymar, Vini Jr, Phlippe Coutinho e Richarlison marcaram - deixam a Seleção com 22 gols em oito jogos em casa. São 13 nos últimos quatro: dois 4 a 0, contra Paraguai e Chile, um 4 a 1 sobre o Uruguai e a vitória por 1 a 0 sobre o Equador. Média de 2,75 por partida em casa nas Eliminatórias.

A Seleção sobe para a Granja Comary para os treinos antes da segunda partida. A viagem para a Bolívia será apenas na véspera da partida, na segunda-feira, primeiro para Santa Cruz de La Sierrra. Apenas no dia do jogo vai a La Paz. O Brasil enfrenta os donos da casa na terça-feira, às 20h30 (horário de Brasília)

Além dos números e recordes - já tem a maior invecilidade de todos os tempos da competição e se vencer em La Paz contra a Bolívia a Seleção vai a 45 pontos e supera o recorde da Argentina de Bielsa nas Eliminatórias de 2002 -, ver o Brasil de Tite remete aos ensaios curtos de dois dias de treinos na Granja Comary.

selecao 001 webFotos:Lucas Figueiredo/CBF

Foi possível notar a pressão e a rapidez na recuperação da bola - nos treinos, Tite reunia até 20 jogadores na metade do campo e quando o time que atacava perdia a bola, ele contava de 1 até 5 para tomar a posse novamente. Repare no segundo gol brasileiro, marcado por Vini Jr, o primeiro dele com a amarelinha.

No lance, Neymar pressiona Claudio Bravo, que despacha a bola sem direção, Antony domina, avança e busca Vini. O domínio - depois de corta-luz de Neymar - é perfeito e o arremate, certeiro.

Na maior parte do tempo, a seleção brasileira saía com três jogadores do seu campo - Danilo pela direita, Marquinhos no centro e Thiago Silva na esquerda -, mais Casemiro à frente e cinco a seis jogadores procurando espaço para linha de passe. Mas chamo a atenção para um lance que não terminou em gol.

Alisson saiu a bola para Marquinhos, foi até Danilo, dessa vez na segunda linha. Ele toca para Paquetá, que passa para Fred e a bola chega em Casemiro, que busca Neymar, de primeira, na sua diagonal. Segundos depois, Fred recebe na área, dá lindo drible e Antony tenta o gol por cobertura. Paquetá ainda tenta, mas a zaga chilena afasta. O lance arrancou suspiros das 70 mil pessoas presentes.

Comissão torce pelos 26

Não é surpresa que Tite esteja mais do que na torcida para que a proposta de 26 nomes seja aprovada para a Copa do Catar. Ajudaria bastante seu trabalho em completar a lista. Desde a boa participação brasileira na olimpíada de Tóquio que só faz crescer as opções do treinador.

O último estreante é Gabriel Martinelli, que se candidata a permanecer. A suspensão de Vini Jr para o segundo jogo abre mais essa possibilidade, porque o jogador do Arsenal prefere atuar pela esquerda. No meio, Bruno Guimarães entrou bem mais uma vez, com passe para outro gol, desta vez de Richarlison. O Pombo, por sinal, entrou pelo lado direito do ataque e finalizou três vezes em 15 minutos em campo. Guardou um bonito gol.

Ainda tem uma disputa à vista, de Coutinho e Lucas Paquetá. Sem Neymar na segunda partida, Tite pode até colocar os dois juntos na Bolívia.

Tite discordou de avaliação de que Paquetá participou menos do jogo na noite dessa quinta-feira no Maracanã. A formação inicial dessa noite era também uma forma de observação e avaliação do modelo. A rigor, Neymar se posicionou como vem jogando na Seleção - veja os mapas de calor bem semelhantes contra o Uruguai e diante do Chile - 83 e 89 toques na bola, respectivamente -, com liberdade para circular da esquerda ao centro, ora buscando a bola ora entrando na área e dando opção pela esquerda - se entendeu bem com Vini Jr em dois lances ao menos.

O Brasil ainda tem a Bolívia em La Paz e aguarda a decisão sobre o jogo da Argentina. Ainda há cinco amistosos. A CBF já sabe que muito provavelmente não vai jogar nem contra europeus e nem contra africanos por questão de calendário. Mas Tite ainda tem tempo para refinar ainda mais o funcionamento da equipe. As Eliminatórias não são a competição do sonho para confrontos mais difíceis que esperam a Seleção no Mundial, mas a facilidade a cada passeio do time de Tite impressiona.