Tricolor bateu o time de Ribeirão Preto de virada e terminou fase de grupos do Paulistão como líder de sua chave
O enredo do São Paulo parecia repetir o que aconteceu na semana passada, quando perdeu para o São Bernardo em pleno Morumbi. Mas havia um diferencial. A volta de alguns jogadores contundidos deu outra cara ao Tricolor depois do intervalo. Com mais gana e qualidade, o time de Rogério Ceni não tomou conhecimento do Botafogo-SP e venceu de virada por 3 a 1, na tarde deste domingo (5), fora de casa, selando a liderança de seu grupo no Campeonato Paulista.
Era o resultado que o Tricolor queria, em todos os sentidos. O clube alcança os 23 pontos. E na ponta do Grupo B, terá o mando de campo no duelo das quartas de final contra o Água Santa, que arrancou um gol no fim ante o São Bernardo e poderia aprontar se o clube do Morumbi tropeçasse.
O resultado sacramenta até mesmo ao São Paulo poder ter a vantagem do mando de campo em uma hipotética semifinal contra o rival Corinthians, caso ele se classifique na primeira etapa eliminatória.
A FPF (Federação Paulista de Futebol) anunciará datas e horários dos confrontos nesta semana. No caso do São Paulo, o agravante de que não terá o Morumbi por conta de uma série de shows que acontecerá no estádio. Fica a expectativa de onde será realizado o jogo. Mesmo com a derrota, o Botafogo se classificou e enfrentará o Bragantino nas quartas.
Não foi fácil a vida são-paulina em Ribeirão Preto (SP). Com mais uma escalação inédita, algumas improvisações, como Pablo Maia de zagueiro, Alisson de ponta e Galoppo de centroavante, uma falha generalizada fez com que o Botafogo abrisse-se o placar logos aos dois minutos, no primeiro lance.
Com um gramado pesado, um adversário retrancado e jogadores perdidos taticamente, parecia o enredo pronto de mais uma ‘tragédia anunciada’ do Tricolor. Mas no segundo tempo alguns titulares que voltaram de contusão, como Welington e David deram outro ritmo ao time, que conseguiu de impor e mostrar que a torcida pode sim confiar no time, que chega ao mata-mata com o moral alto após os casos extra-campo, como os ataques racistas contra Luan e a acusação de agredir a ex-namorada contra Pedrinho.
Plano de jogo falha e São Paulo já larga atrás
Com sua 12ª escalação diferente em 12 jogos disputados, não deu tempo sequer do São Paulo testar seu plano de jogo em Ribeirão Preto. Logo aos 2’, uma sucessão de falhas levou o Botafogo ao seu gol.
Em jogada de contra-ataque, Osman recebeu nas costas da zaga e finalizou. Rafael fez a defesa, mas no rebote, Nathan tentou salvar a bola do lateral e entregou de presente para Luiz Henrique cruza na medida para Robinho, que venceu Alan Franco e cabeceou às redes.
Ataque x defesa
Com a vantagem no placar, os mandantes recuaram. Abaixaram as linhas e passaram a esperar o São Paulo, que avançou os seus laterais para forçar a defesa.
Pouco adiantou até os 16’, quando enfim as tentativas de lançar a bola à área enfim deram resultado. Nestor cruzou, a bola sobrou na área e Luciano chegou finalizando. A defesa espirrou e o rebote sobrou para o camisa 10, que não conseguiu a conclusão.
Xodós da torcida aparecem...
A tônica do jogo seguia a mesma. O Tricolor do Morumbi pressionava, o Tricolor do interior se defendia. Ceni pedia mais jogadas pelo chão, dada a inutilidade das tentativas pelo alto. E aos 23’, foi assim que o São Paulo apareceu. Nestor cobrou escanteio, Matheus Albino afastou como deu e a bola sobrou livre para Luan, que fez sua jogada característica: arriscou o chute de fora da área e exigiu linda defesa do goleiro Matheus Albino.
Três minutos depois, mais uma vez foi na bola baixa que o São Paulo assustou. Galoppo recebeu em velocidade pela direita, entrou na área e bateu cruzado. Albino espalmou de novo e Luciano tentou chegar de carrinho para completar, mas o goleiro se recuperou e fez a defesa.
O São Paulo terminou o primeiro tempo com mais de 70% de posse de bola, mas apenas cinco finalizações. Tudo conspirava contra: o gramado pesado, o ferrolho interiorano... Ceni agiu, colocou em campo duas peças recém-recuperadas de contusão. E o resultado foi imediato.
Logo na primeira chance, Nestor acionou David, um dos que entraram no intervalo. Ele dominou a bola já entrando na área, finaliza com o peito do pé e a bola bate na rede pelo lado de fora.
Já seria o suficiente para arrancar suspiros, mas o lance seguinte foi ainda mais cruel com os são-paulinos. Rato recebeu de Luciano na área, fez o pivô e deu a bola pra Nestor, que finalizou e acertou a trave.
A operação abafa dos são-paulinos já garantia a pressão suficiente para o time do Morumbi pelo menos sonhar com um empate. E aí foi a vez de uma velha e conhecida estrela brilhar.
Luan já chutara com perigo de fora da área na etapa inicial, uma de suas marcas registradas. Aos 15’, acertou o alvo. Welington levou até a linha de fundo e cruzou, a zaga do Botafogo tirou como deu e a bola sobrou livre para o camisa 8 matar no peito e acertar um sem pulo para acertar o canto esquerdo sem chance de defesa.
Vira, virou... Com confusão
Welington, que entrara no intervalo, já despontava como uma das principais peças do São Paulo. Aos 25’, ele aprontou de novo. De novo arrancou com a bola à frente pelo lado esquerdo. Mas desta vez quis invadir a área. Mantuan deu carrinho e a princípio a arbitragem marcou o escanteio. Mas o VAR revisou, recomendou o pênalti e, cinco minutos depois, Galoppo cobrou para definir a virada são-paulina e voltar a liderar a artilharia da competição, com seis gols, ao lado de Roger Guedes.
A comemoração foi marcada por grande confusão. O argentino tirou a camisa e foi para a galera... errada! Galoppo confundiu as camisas (que são idênticas). E deu início a uma grande confusão.
A virada não era o suficiente para a intensidade tricolor na etapa final. Aos 35’, Nestor cobrou escanteio da esquerda e achou Juan na segunda trave, que subiu para cabecear e definir o placar. Ainda teve tempo de David acertar uma finalização já nos acréscimos e exigir boa defesa do goleiro.