Neymar é ovacionado, torcidas dos clubes do Rio rivalizam na cantoria nas arquibancadas, e “crias” do futebol carioca marcam e são aplaudidos na goleada sobre o Chile pelas eliminatórias
Rio de Janeiro - Volta olímpica para comemorar a vitória e, mais simbólico do que isso, aplaudir o público. Os jogadores da Seleção continuaram no gramado do Maracanã após a goleada sobre o Chile para retribuir o carinho e incentivo da torcida brasileira numa noite marcante por vários motivos, e do provável último compromisso em casa antes da Copa do Mundo.
A última vez que o Brasil jogara no Maracanã fora contra a Argentina, na final da Copa América de 2021 — sem público. Com torcida presente, só na decisão da edição de 2019 do torneio, diante do Peru. Os cariocas estavam com saudade e lotaram o estádio: quase 70 mil pessoas.
A torcida procurou jogar junto desde antes da bola rolar. Muitos aplausos e gritos de incentivo quando a escalação foi anunciada. O apoio mais forte se deu aos jogadores com passagem pelos grandes clubes do Rio de Janeiro, como Thiago Silva, Lucas Paquetá e Vini Jr. Autor do gol que abriu o placar, Neymar também foi bastante ovacionado.
— Maracanã lotado me inspira. Maracanã lotado me dá vontade de fazer tudo, me dá prazer, alegria. O clima que a torcida fez hoje foi fundamental para nos incentivar mais ainda — disse Neymar.
Ih, f...! O Neymar apareceu!”
— Torcida brasileira cantou para o atacante durante a vitória sobre o Chile
Olê, olê, olê, olá... Neymar, Neymar!”
— Torcida brasileira celebrou o camisa 10 da equipe
O carinho não ocorreu da mesma forma para todos. O lateral-esquerdo Guilherme Arana, um dos destaques da noite, chegou a ouvir algumas vaias — provavelmente dos torcedores do Flamengo, rivais históricos e atuais do Atlético-MG. O técnico Tite também ouviu alguns apupos, mas deixou o Maracanã extasiado.
— Muito feliz com o ambiente, o clima que o Maracanã nos ofereceu hoje. Só guardo coisas boas. A rivalidade é muito grande entre as torcida de Atlético e Flamengo. Importante que o grupo esteve comigo, passando confiança. Só vou levar coisas boas daqui — comentou Guilherme Arana.
Ao mesmo tempo em que empurravam a Seleção contra o Chile, os torcedores travavam nas arquibancadas disputas de canto no melhor clima de rivalidade dos clássico cariocas. Músicas tradicionais de Flamengo, Vasco e Fluminense puderam ser ouvidas claramente.
A festa dos rubro-negros foi grande no segundo gol do Brasil, marcado por Vini Jr (primeiro dele com a Seleção), assim como a irritação pela substituição de Lucas Paquetá. Mas quem entrou foi Philippe Coutinho, para a alegria dos vascaínos presentes, que fizeram o “caldeirão ferver” no terceiro gol, de pênalti, depois da torcida pedir para ele cobrar.
— Alegria muito grande. Jogar no Maracanã é especial. O estádio estava cheio, estava bonito. Torcida fez uma grande festa. Ficamos felizes pelo empenho de todos e a grande partida. Saímos daqui muito contentes — contou Philippe Coutinho.
Ainda houve tempo para os tricolores soltarem o grito do “Pru, Pru, Pru!” para Richarlison e comemorarem o belo gol do Pombo, nos acréscimos.
O Brasil venceu oito dos nove jogos como mandante dessas eliminatórias sul-americanas. O clássico contra Argentina, válido pela 7ª rodada, está suspenso.
Os jogadores da seleção brasileira terão a sexta-feira de folga e se reapresentam às 11h30 da manhã de sábado na Granja Comary. A delegação passa o fim de semana em Teresópolis e viaja na segunda-feira à tarde para a Bolívia. A última partida pelas eliminatórias será às 19h30, no Estádio Hernando Siles, de La Paz.
E a Seleção ainda terá pelo menos mais cinco amistosos antes da Copa do Mundo, três entre maio e junho e dois em setembro. Sem adversários, locais ou datas confirmados. Ao que tudo indica, todos fora do Brasil. Assim como a partida a ser cumprida pelas eliminatórias contra a Argentina. Que seja então a última imagem em casa antes da viagem para o Catar os jogadores ao som de “O campeão voltou!” no Maracanã.