À PLACAR, autor do gol do título da Copa do Brasil celebrou volta por cima em 2023 e admitiu que lesão atrapalhou seu objetivo de se transferir à Europa
Rodrigo Nestor foi um dos protagonistas da temporada do São Paulo em 2023. Cria de Cotia, o meio-campista de 23 anos superou momentos de desconfiança e entrou para a história do clube como autor do gol do inédito título da Copa do Brasil diante do Flamengo. No início do mês, ele sofreu uma lesão no joelho que o deixará fora de combate por alguns meses e, como ele próprio admite, atrapalhou seu sonho de uma transferência para o futebol europeu. Em entrevista à PLACAR, Nestor garantiu que o saldo do ano foi positivo e ressaltou sua evolução sob o comando de dois treinadores: Rogério Ceni e Dorival Júnior.
Recentemente, em uma entrevista à ESPN Brasil, o atacante Éder, agora no Criciúma, disse que a maior deficiência de Rogério Ceni como treinador é a relação com os atletas e chegou a citar Nestor como um dos jovens que mais sofriam com as cobranças do técnico. O meia tricolor admite que chegou a se incomodar com algumas reclamações, mas pregou gratidão ao ídolo tricolor, atual técnico do Bahia.
“O trabalho com o Rogério foi muito bom, chegamos a duas finais e esse time campeão da Copa do Brasil foi montado por ele, tirando Lucas e James. Cada treinador tem seu jeito, o Rogério cobra mais. Eu aprendi demais com ele e lógico que em alguns momentos eu ficava incomodado, porque ninguém gosta de ser cobrado, mas eu sei que era para meu bem e aprendi demais com ele. Ele sempre reclamava comigo, mas eu estava sempre jogando, então não tenho do que reclamar. Acho que o ciclo dele acabou se encerrando no São Paulo, mas um dia ele pode voltar e a gente pode trabalhar junto um dia”, garantiu.
Nestor compareceu de muletas a um evento de sua patrocinadora, a New Balance, na capital paulista. O jogador se recupera de uma lesão no menisco e no ligamento colateral medial do joelho esquerdo e só deve voltar a atuar a partir de março de 2024. O jogador fechou o ano com 54 partidas, com 2 gols e 7 assistências, e o título da Copa do Brasil, e apontou saldo positivo.
“Foi um ano de muitas emoções pra mim, de um começo um pouco difícil, depois com uma alegria muito grande de ter sido campeão e com o gol do título também. E, no final, mais um desafio. Graças a Deus não foi uma lesão muito complicada, apesar de ser cirúrgica, poderia ter sido pior. Fico triste pelo momento que aconteceu, quando as coisas estavam acontecendo na minha vida, mas faz parte. Agora é cuidar e acredito que em três ou quatro meses vou estar de volta.”
Nestor admitiu que nutria a expectativa de se transferir a uma equipe europeia, mas tratou de retomar o foco no Tricolor. “A lesão me atrapalhou não só por isso (propostas do mercado europeu), mas também me tirou a oportunidade de jogar uma Supercopa, mais uma final pelo São Paulo. Mas é lógico que o jogador deseja dar outros passos, eu me sinto preparado para ir isso (jogar na Europa), mas se não aconteceu agora, sinto que é porque preciso continuar no São Paulo e fazer mais coisas, ainda tem algo faltando.”
O jovem agradeceu o respaldo da comissão e diretoria e citou um momento marcante. “Eu sempre soube da minha importância para o time, mas o momento mais importante foi quando fui vaiado em um jogo em uma quarta-feira e renovei o contrato na sexta. Isso mostrou confiança da comissão, do presidente e do diretor no meu futebol. Deu tudo certo, sou um jogador da base que tem quase 90 jogos pelo São Paulo, é muito difícil alguém alcançar isso, mas acho que a virada de chave foi isso, o momento da renovação.”
Por fim, Rodrigo Nestor ressaltou a capacidade de Dorival Júnior de potencializar as peças da equipe. “Lógico que sempre acreditei na nossa equipe, mas em algum momento neste ano a gente perdeu a confiança. Acho que quando o professor Dorival chegou a gente conseguiu resgatar isso e a cada jogo mostramos a força da equipe, do conjunto e no final deu tudo certo, conseguimos superar os adversários e ser campeões”.