..::data e hora::.. 00:00:00

Brasil/Mundo

Yanomami: Fiocruz suspeita de desvio de medicamentos para garimpeiros

Yanomami: Fiocruz suspeita de desvio de medicamentos para garimpeiros

Remédios desviados são usados para tratar malária, doença que atinge povo ingídena

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) enviou um ofício ao Ministério da Saúde onde fala de uma suspeita de medicamentos que seriam destinados aos Yanomami mas que cairam nas mãos de garimpeiros. 

Os remédios seriam utilizados para tratar da malária mas estariam sendo vendidos por garimpeiros. O medicamento que estaria à venda é o Artesunato + Mefloquina.

A Fiocruz solicitou que a pasta da Saúde faça o rastreio da distribuição do remédio. O lote do produto foi produzido pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos, mais conhecido pelo nome Farmanguinhos, localizado no Rio de Janeiro.

“Diante da gravidade e criticidade dessa notificação e tendo Farmanguinhos entregue toda a produção ao Ministério da Saúde, vimos a necessidade de informar-lhes a fim de que medidas possam ser tomadas para que o rastreio da distribuição desse medicamento possa ser feito e apurado o fato relatado”, pediu a Fiorcruz no documento.

Nos últimos dois anos, 44 mil casos de malária foram registrados na terra yanomami, que tem uma população de 28 mil indígenas. O não fornecimento dos vermífugos, por exemplo, prejudicou a saúde de de 10 mil crianças yanomamis.

STF pede investigação do governo Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinou, nesta segunda-feira (30), a abertura de investigação contra autoridades do governo Jair Bolsonaro para apurar a conivência com a crise humanitária na terra Yanomami . Para Barroso, há indícios de crime de genocídio e desobediência a determinações judiciais.

Em seu despacho, o ministro ressaltou a gravidade da crise humanitária dos Yanomamis e vê que a omissão das autoridades colaboraram para o agravamento da situação.

“Quadro gravíssimo e preocupante, sugestivo de absoluta anomia (ausência de regras) no trato da matéria, bem como da prática de múltiplos ilícitos (crimes), com a participação de altas autoridades federais”, aponta Barroso.