A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, nesta segunda-feira (22) que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entregue registros financeiros e suas últimas declarações de imposto de renda para a promotoria de Nova York, que investiga transações suspeitas.
O gabinete do procurador de Manhattan, Cyrus Vance, investiga a suspeita de que o conglomerado Trump Organization falsificou documentos que podem indicar que, durante a campanha presidencial de 2016, o republicano destinou parte da verba eleitoral para o pagamento de subornos.
Em 2018, o ex-advogado de Trump, Michael Cohen, foi preso depois de reconhecer que havia pago pelo silêncio de duas mulheres que acusavam o então candidato republicano de ter mantido relações sexuais fora do casamento.
Antes de ser preso, Cohen alegou que Trump – com o apoio de seus familiares – cometeu diversas fraudes fiscais e bancárias ao longo dos anos.
Segundo ele, o republicano teria “inflado seus ativos” para aparecer na lista dos homens mais ricos da revista “Forbes”, mas mentiu e desinchou os números para não pagar impostos imobiliários.
Para acusar Trump, os promotores precisariam provar que ele realmente instruiu Cohen a fazer esses pagamentos.
Caso o escritório da promotoria encontre indícios de fraude nos documentos da Trump Organization, a lei de Nova York prevê a punição dos envolvidos com até um ano de prisão. Fraudar documentos é considerado apenas uma contravenção (crime leve) no estado.
No entanto, caso se comprove que uma falsificação dos documentos foi feita para ocultar outros crimes, como fraude fiscal, o peso da sentença aumenta e o caso é julgado como uma “felony” (termo sem correspondente direto na Justiça brasileira, mas que significa um crime de maior potencial).