O líder indígena é conhecido no meio político por usar suas redes para ameaçar figuras públicas e fomentar atos antidemocráticos
José Acácio Sererê Xavante , conhecido como cacique Sererê , é um líder religioso indígena . Ele foi detido temporariamente em Brasília nesta segunda-feira (12), por determinação do ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal, acusado de condutas ilícitas em atos antidremocráticos .
Mais tarde, ao anoitecer, bolsonaristas iniciaram protestos em Brasília contra a decisão do ministro. Além da tentativa de invadir o prédio da Polícia Federal na capital, foram cometidos vários atos de vandalismo nas manifestações, como a queima de carros e ônibus. Até o momento, ninguém foi preso.
A decisão de Moraes se baseou numa solicitação da Procuradoria-Geral da República e na necessidade de garantia da ordem pública, diante dos indícios da prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, previstos no Código Penal.
Segundo a PGR, o cacique vem se utilizando da sua posição de liderança para alistar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição de Lula e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Quem é José Acácio Serere Xavante
O índigena, de 42 anos, se apresenta como pastor missionário evangélico e líder indígena xavante da Terra Indígena Parabubura.
Atualmente, Sererê é filiado ao Patriota. Ele se candidatou a prefeito de Campinápolis (MT) em 2020 e não foi eleito, pois conquistou somente 9,7% dos votos.
Seguidor fiel de Jair Bolsonaro (PL), Sererê Xavante usa as redes sociais para fazer críticas e ameaças ao ministro Alexandre de Moraes e fomentar atos antidemocráticos.
Ele também já publicou vários vídeos alegando algum tipo de fraude nas eleições 2022 dizendo que “Lula não foi eleito” e “não vai subir a rampa” .
Segundo Moraes, as condutas do líder indígena “amplamente noticiadas na imprensa e divulgadas nas redes sociais, se revestem de agudo grau de gravidade e revelam os riscos decorrentes da sua manutenção em liberdade, uma vez que Serere Xavante convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos”.
De acordo com a PF, Sererê foi um dos idealizadores de diversas manifestações de cunho antidemocrático em vários locais de Brasília, notadamente em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília (onde invadiram a área de embarque), no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios (durante a cerimônia de troca da bandeira nacional e em outros momentos) e em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.