Em um forte pronunciamento na TV, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que as sanções ocidentais adotadas até agora contra seu país “equivalem a uma declaração de guerra” e alertou que qualquer tentativa de criar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, como pedido pelo presidente ucraniano, seria considerado uma “implicação direta em atividades militares”.
A Otan já negou que iria implementar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, e alertou que tal decisão poderia levar a um conflito maior e mais brutal. A adoção de sanções pelos EUA, em coordenação com aliados como a União Europeia, Reino Unido e Canadá, vem sendo uma das principais ferramentas de pressão sobre o governo russo para interromper a invasão da Ucrânia.
No pronunciamento deste sábado, o presidente russo justificou a guerra, que o Kremlin chama de “operação militar especial”, afirmando que “não podia ignorar as declarações sobre a Ucrânia se tornar uma potência nuclear”.
“Tudo está de acordo com o planejado até agora. O Exército russo alcançará todos os seus objetivos, não tenho dúvidas. Colocamos nossas propostas sobre a mesa nas conversações com a Ucrânia. Depende de eles responderem.”
Neste sábado, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, acusou a Otan de ceder à pressão russa:
Em relação às sanções, nos últimos dias, foi confirmado que instituições financeiras russas serão cortadas do sistema de pagamentos internacionais Swift e que não serão mais realizadas transações com o Banco Central russo, afetando sua capacidade de acessar reservas internacionais. Na qiunta-feira, o governo dos EUA anunciou um novo pacote de sanções que tem como alvo a elite da Rússia, com o congelamento de bens de sete oligarcas e seus parentes em solo americano e o veto à entrada de quase 70 pessoas no país.
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que as declarações iradas do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, não inspiram otimismo sobre o destino das negociações para encerrar as hostilidades na Ucrânia.
Um cessar-fogo temporário e parcial das forças russas em torno da cidade ucraniana de Mariupol foi anunciado neste sábado, mas a trégua, que permitiria que civis deixassem a cidade durante um período de cinco horas, não foi cumprida, e a prefeitura adiou a retirada da cidade.
*Com agências internacionais