Habitantes da cidade de Wuhan, epicentro da doença, deverão esperar até abril para saírem às ruas
Berço da pandemia da Covid-19, a província de Hubei se prepara para sair da quarentena. A partir de quarta-feira (25), os moradores da região já poderão circular livremente, segundo decisão anunciada pelas autoridades chinesas.
No entanto, os habitantes de Wuhan, cidade onde foi detectado o novo coronavírus e que desde janeiro está sob confinamento, devem esperar até o dia 8 de abril para poderem sair normalmente às ruas.
O governo chinês estabeleceu que para circular nas ruas, os moradores deverão apresentar um código QR (código de barras bidimensional) “verde” em seus telefones celulares. Enviado pelas autoridades, o código atesta que a pessoa não é portadora do novo coronavírus.
Nas últimas semanas, o número de novas contaminações na província de Hubei foi consideravelmente reduzido. Muitos habitantes já retomaram a rotina de trabalho e os transportes públicos voltam a funcionar progressivamente.
Uma moradora de Wuhan que se identificou apenas como Willa para a agência AFP, declarou “esperar com impaciência a liberdade”. Segundo ela, depois de dois meses confinados, os moradores da cidade “estão sob uma forte pressão”.
Na terça-feira, a China contabilizou 78 novos casos da Covid-19, mas quase que exclusivamente identificados em pessoas vindas do exterior. Essa situação gera preocupação de uma segunda onda de contagio no pais.
Confinamento aumenta
A situação da província de Hubei contrasta com a de muitas outras regiões do mundo onde diversos governos aumentam as restrições de circulação de pessoas para evitar a propagação do novo coronavírus.
Atualmente, cerca de 1,8 bilhão de pessoas estão em quarentena ao redor do mundo e de acordo com a OMS, a pandemia da Covid-19 se acelera e 16 mil mortes foram confirmadas.
A Organização Mundial da Saúde pede que os países testem todos os casos suspeitos e multipliquem os pedidos de quarentena. O apelo leva em conta o fato de que sistemas de saúde, inclusive em países desenvolvidos, estão à beira de um colapso.
Depois de muita hesitação, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson anunciou nesta segunda-feira (23) um confinamento de pelo menos três semanas em todo o Reino Unido. Na Rússia, entra em vigor nesta semana o fechamento de todas as escolas do país.