Operação já prendeu 4 suspeitos de envolvimento com grupo libanês em diferentes Estados, mas investigação mostra que recrutadores usaram o mesmo roteiro de aliciamento
A PF (Polícia Federal) investiga se há conexão entre os 4 brasileiros presos por suspeita de ligação com o grupo extremista libanês Hezbollah. Eles foram detidos na operação Trapiche, deflagrada em novembro de 2023. Foram 2 presos em São Paulo (já soltos), 1 em Goiás e outro no Rio de Janeiro. No entanto, as investigações seguem em andamento com o objetivo de identificar a existência de uma “rede” de atuação do grupo no Brasil.
Segundo o Poder360 apurou, os investigadores encontraram indícios de que o principal recrutador do Hezbollah no Brasil, Mohamad Khir, usou o mesmo roteiro de aliciamento para os envolvidos. O critério destacado por agentes é que os 4 brasileiros possuíam antecedentes criminais e não tinham nenhuma vinculação religiosa ou ideológica com o Hezbollah.
A operação de novembro foi deflagrada depois que a PF identificou que um dos alvos estava filmando sinagogas localizadas em Brasília. Mohamad segue foragido e foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). Ele é sírio e tem cidadania brasileira. No Brasil, seu último endereço era em Belo Horizonte, capital mineira.
A PF já tem um retrato falado de outro possível integrante do Hezbollah que teria feito entrevistas com os brasileiros no Líbano. No entanto, os investigadores dizem que a expectativa de localizar esse alvo é mínima pela dificuldade de cooperação com a polícia libanesa. O Poder360 apurou que as movimentações do Hezbollah se estendem em outros países da América do Sul. A Ameripol, espécie de Interpol latino-americana, monitora suspeitos.