Justiça derruba liminar concedida há um ano que impedia o compartilhamento de provas de inquérito contra padre Robson com órgãos de investigação
A liminar que impedia o Ministério Público estadual de compartilhar com outros órgãos de investigação provas de supostos crimes praticados pelo padre Robson de Oliveira Pereira , de 47 anos, foi derrubada pela Corte Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) por unanimidade.
A decisão, em julgamento na segunda-feira (13/12), contraria o pedido do religioso para barrar a troca de informações.
A nova decisão do caso permite ao MP voltar a compartilhar os documentos apreendidos na Operação Vendilhões, deflagrada em agosto de 2020 com outras esferas do inquérito. A decisão liminar concedida há um ano tinha limitado esse compartilhamento.
Nova decisão
O desembargador-relator do processo, Jairo Ferreira Júnior, reconheceu a inviabilidade do Judiciário goiano atender ao pedido do padre.
O relator declarou em seu voto a “incompetência da corte do tribunal para o processamento e julgamento da presente reclamação”. Por isso, o desembargador determinou a remessa dos autos para a 1ª Câmara Criminal do TJGO para que seja distribuída ao relator.
Antes, o desembargador havia concedido liminar favorável ao religioso suspendendo o uso do material coletado pelo MP-GO na parte criminal para investigações na esfera cível.
Os promotores de Justiça comemoraram a nova decisão do caso padre Robson, por entenderem que ajuda a destravar a investigação por parte também de outras instituições, como Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF), porque mais provas podem ser compartilhadas, por exemplo, com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e Justiça eleitoral.
Entenda o caso
O padre Robson de Oliveira é investigado por suspeita de desviar recursos doados por fiéis para Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). O dinheiro deveria ser destinado à construção do novo Santuário Basílica de Trindade, na cidade conhecida como a capital da fé em Goiás, na região metropolitana de Goiânia.
O religioso é investigado por supostamente ter pago R$ 750 mil como propina para três magistrados do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) para que uma decisão proferida em novembro de 2019 fosse favorável à entidade presidida por ele na época, a Afipe.
A operação Vendilhões, que apura suspeitas de vários crimes contra o padre Robson, foi deflagrada em agosto de 2020. Logo em seguida, o religioso foi afastado de suas funções e da presidência da Afipe.
As informações são do jornal Metrópoles.