Alexandre de Moraes confirmou que foi solicitado por Do Val para uma audiência e que chegou a recebê-lo no Salão Branco do STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes definiu a ‘tentativa de golpe’ relatada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) como uma “Operação Tabajara” , em referência ao programa de Tv satírico ‘Casseta e Planeta’, sucesso nos anos 2000.
O ministro participou de forma remota do evento Lide, com grupo de Líderes Empresariais, em Lisboa. Moraes foi questionado sobre as declarações do ex-senador Marcos do Val feitas na manhã de quinta-feira 2 ao renunciar o cargo eletivo.
“Foi exatamente essa a tentativa de Operação Tabajara que mostra o quão ridículo nós chegamos na tentativa de um golpe no Brasil”, ironizou o ministro.
Em depoimento à Polícia Federal, Marcos do Val disse que o ex-deputado federal Daniel Silveira havia lhe sugerido gravar uma conversa com Alexandre de Moraes, para ‘tentar incriminá-lo’ e assim ‘impedir a posse do presidente eleito’ Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo ele, Jair Bolsonaro teria complementado o assunto, afirmando que a suposta ação “Salvaria o Brasil”.
Alexandre de Moraes confirmou que foi solicitado por Do Val para uma audiência e que chegou a recebê-lo no Salão Branco do STF.
Ao conversarem, Do Val contou que foi procurado por Daniel Silveira e participado de reunião com o então presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado posteriormente nas urnas.
Em tom sarcástico, o ministro conta que foi “uma ideia genial que tiveram foi colocar escuta no senador, para que o senador, que não tem nenhuma intimidade comigo, eu conversei exatamente três vezes na vida com esse senador, para que o senador pudesse me gravar e, a partir dessa gravação, pudesse solicitar a minha retirada da presidência dos inquéritos”.
O ministro indagou o senador se ele poderia confirmar o relato de forma oficial em um depoimento. Contudo, do Val disse “era uma questão de inteligência” e que “não poderia confirmar o que disse”.
“Eu levantei, despedi do senador, agradeci a presença, até porque, o que não é oficial, para mim não existe.”