Ministro da Suprema Corte chamou ataques de “desprezíveis” e ressaltou uma forte investigação do STF contra atos antidemocráticos
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, repudiou os atos antidemocráticos deste domingo em Brasília e chamou os protestos de “desprezíveis”. Na tarde de hoje, bolsonaristas invadiram e depredaram os prédios do STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
Moraes era um dos principais alvos dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), devido às decisões tomadas pelo ministro durante as eleições do ano passado. Os manifestantes não aceitam o resultado do pleito e critica o uso de urnas eletrônicas.
Alexandre de Moraes ressaltou que o Judiciário trabalhará para investigar e prender participantes dos atos e seus financiadores. O ministro ainda disse que o STF não faltará ao país.
“Os desprezíveis ataques terroristas à Democracia e às Instituições Republicanas serão responsabilizados, assim como os financiadores, instigadores, anteriores e atuais agentes públicos que continuam na ilícita conduta dos atos antidemocráticos. O Judiciário não faltará ao Brasil!”, disse Moraes.
Nos bastidores, o ministro trabalha para que os atos deste domingo sejam englobados ao inquérito das Fake News, que tramita na Suprema Corte. O próprio Alexandre de Moraes é o relator da matéria.
Invasão aos Três Poderes
Os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por bolsonaristas na tarde deste domingo (8). Eles protestam contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrônicas.
As manifestações bolsonaristas já eram previstas pelo governo federal, no entanto, era esperado para esta segunda-feira (9) e não na dimensão em que foi. No sábado (7), caravanas de bolsonaristas chegaram à Brasília o ato. O ministro da Justiça, Flávio Dino, chegou a solicitar o uso da Força Nacional para manter a segurança da Praça dos Três Poderes.
No Congresso, os manifestantes vandalizaram o salão verde da Câmara dos Deputados e invadiram o plenário do Senado. Já no Planalto, os suspeitos quebraram portas e tentaram invadir o gabinete presidencial.
Na Suprema Corte, os manifestantes tentaram invadir os gabinetes dos ministros, quebraram as portas dos armários onde ficam as togas, além de quebrar vidraças e vandalizar a fachada do prédio.
Manifestantes entraram em confronto com a Força Nacional e, segundo informações iniciais, um veículo da FN ficou pendurado no espelho d’água do Congresso.
Flávio Dino afirmou, por meio das suas redes sociais, que medidas estão sendo tomadas e que “impor a vontade a força não vai prevalecer”. Ele ainda disse que está na sede do Ministério da Justiça acompanhando os desdobramentos.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), pediu aos parlamentares um tempo para apurar a situação de momento na Casa Legislativa. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, disse que solicitou ao governador do DF, Ibaneis Rocha, a utilização de todo aparato policial para reestabelecer a ordem.