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Ministros do STF avaliam discussão entre Moraes e Mendonça

Ministros do STF avaliam discussão entre Moraes e Mendonça

Ministros entendem que debates são normais, mas temem que bate boca se torne frequente

Na quinta-feira (14), uma acalorada discussão no plenário do Supremo Tribunal Federal entre os ministros Alexandre de Moraes e André Mendonça trouxe à tona uma reflexão sobre os debates internos na mais alta corte do país. Embora tenha gerado polêmica, muitos magistrados viram a troca de argumentos como algo natural, mas alertaram para a necessidade de evitar que essas discussões se tornem frequentes, a fim de preservar um ambiente de trabalho saudável.

O episódio ocorreu durante o julgamento dos réus bolsonaristas responsáveis pela invasão dos Palácios dos Três Poderes, ocorrida em 8 de janeiro. André Mendonça, ministro indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), causou uma reviravolta no plenário ao afirmar que não havia motivo para condenar o réu por “golpe de Estado”. Sua declaração provocou uma reação imediata do ministro Alexandre de Moraes.

Moraes questionou de forma enfática o efetivo da Força Nacional e a segurança do Palácio do Planalto, insinuando uma possível omissão. Em resposta, Mendonça ficou visivelmente irritado e retrucou: “Não sou advogado de ninguém. Nem de A nem de B. Não coloque palavras na minha boca. Tenha dó, Vossa Excelência.”

Após esse entrevero, ambos os ministros pediram desculpas, e o julgamento prosseguiu. A Corte condenou o primeiro réu pelas invasões, Aécio Lúcio Pereira Costa.

A reação veemente durante o debate reflete a natureza complexa das questões discutidas no STF, bem como a diversidade de opiniões presentes entre seus membros. Para muitos ministros, é natural que ocorram discordâncias e debates acalorados em um ambiente onde questões jurídicas fundamentais são deliberadas.

No entanto, há um consenso entre os ministros de que é preciso tomar cuidado para que essas discussões não se tornem frequentes, a ponto de criar um clima de mal-estar constante no plenário.

Procurada pela coluna Panorama, a assessoria de comunicação do STF não se posicionou até a publicação da reportagem. Caso haja uma manifestação, a resposta será incluída na matéria.