Ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro conquistou muito poder dentro do PL
Michelle Bolsonaro (PL) se encontra envolvida em uma disputa interna com os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). A ex-primeira-dama tem desempenhado um papel ativo nas discussões estratégicas promovidas pelo Partido Liberal para as eleições municipais de 2024, o que tem gerado ciúmes e irritação no senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Um dos principais pontos de atrito é a escolha do candidato a vice na chapa liderada por Alexandre Ramagem (PL-RJ) no Rio de Janeiro. Flávio e Carlos defendem que o nome seja indicado pelo MDB ou União Brasil, enquanto Michelle prefere a deputada federal Chris Tonietto (PL-RJ), conforme informações da Folha de S.Paulo.
Segundo apuração da coluna Panorama, Michelle argumenta que Tonietto proporcionará uma perspectiva mais feminina à chapa. A ex-primeira-dama tem compartilhado internamente a percepção de que o marido enfrentou desafios nas eleições de 2022 por não conquistar votos das mulheres, e ela busca evitar que esse cenário se repita.
Entretanto, Flávio sustenta que o PL não pode abrir mão do apoio do MDB e União Brasil, que agora reivindicam a vaga de vice. Como coordenador das campanhas municipais no Rio, o senador busca ter a palavra final nessa decisão.
Carlos, por sua vez, não apoia a indicação da madrasta devido à relação conturbada entre os dois. O vereador, mesmo não apreciando as lideranças emedebistas e do UB, tem endossado as opiniões do irmão.
Essa disputa se estende a outras cidades. Em São Paulo, Michelle propõe que o PL indique o vice de Ricardo Nunes (MDB-SP), uma visão divergente da de Eduardo, que defende a escolha de alguém capaz de atrair votos para a chapa, desde que seja do partido que faça parte da coligação.
Há também especulações de que Michelle possa ser candidata ao Senado pelo Paraná, caso seja confirmada a cassação de Sergio Moro (União Brasil-PR).
Com influência significativa no PL, a ex-primeira-dama é considerada favorita para ser candidata à presidência em 2026, representando o bolsonarismo. Essa ascensão não agrada aos herdeiros de Bolsonaro, que buscam convencer o pai a seguir seus conselhos.