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Mendonça será relator do pedido de impeachment do ministro da Defesa

Mendonça será relator do pedido de impeachment do ministro da Defesa

Indicado ao STF por Jair Bolsonaro, André Mendonça foi sorteado relator do caso

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça foi sorteado como o relator do pedido de impeachment do ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira . O pedido foi protocolado pelo deputado federal Marcelo Calero (PSD-RJ) na ação sobre milícias digitais.

Mendonça foi indicado ao STF pelo atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL) .

Nesta quinta-feira (17), o ministro do Supremo Alexandre de Moraes pediu um posicionamento da Procuradoria-Geral da República (PGR), em cinco dias, sobre o afastamento do general .

“Abra-se vista dos autos à Procuradoria-Geral da República, para manifestação quanto ao requerimento formulado pelo Deputado Federal Marcelo Calero, no prazo de 5 (cinco) dias. Publique-se. Brasília, 16 de novembro de 2022”, diz um trecho da decisão de Moraes.

O pedido de impeachment foi protocolado por advogados, em petição que acusa crime de responsabilidade devido à  nota na qual as Forças Armadas afirmam que o relatório sobre eleições 2022 “não exclui a possibilidade da existência de fraude” nas urnas .

No documento, os advogados disseram que, “ainda que tenha se afirmado, de forma ambígua, que não havia sido apontada nenhuma fraude, o objetivo era claro e foi sentido nas ruas, inflamando vários protestos de caráter golpista país afora”.

De acordo com o texto, a  nota divulgada pelas Forças Armadas “contrariou expressamente” o relatório divulgado no dia anterior, além de citar os ataques do atual mandatário derrotado nas urnas, Jair Bolsonaro, ao sistema eleitoral . A peça ainda diz que o Ministério da Defesa e parte dos militares passaram a “subsidiar aquelas declarações fantasiosas”.

Além do afastamento do ministro da Defesa , os advogados também pedem operações de busca e apreensão no gabinete e residência oficial de Nogueira. O objetivo seria tentar provar a participação do general em “tratativas entre o referido Ministério e as Forças Armadas na prática de atos atentatórios à democracia brasileira”.

“Essa hostilização leviana contra o trabalho desempenhado pelo Tribunal Superior Eleitoral configura crime de responsabilidade contra os direitos políticos. Infelizmente, não é de hoje que integrantes do comando das Forças Armadas Brasileiras colocam em dúvida o sistema eleitoral brasileiro, base da democracia do país”, afirmam os advogados na petição.

No texto, eles também pedem que o Supremo intime o general, os comandantes das Forças Armadas e Bolsonaro para prestarem depoimento sobre o apoio aos atos antidemocráticos, em que apoiadores do atual presidente bloquearam e paralisaram rodovias federais em todo o Brasil . Os protestos questionam o resultado do segundo turno das eleições, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) .