Em entrevista a rádio do Pará, petista declarou que precisa de ‘vice por inteiro’ e espera que ex-governador escolha partido da base
Ao tratar sobre a possibilidade de o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) ser o vice em sua chapa à presidência da República, o ex-presidente Lula afirmou nesta sexta-feira que quer um nome que seja um contraponto ao PT e que participe “por inteiro” de um eventual governo.
“Ainda não posso dizer quem é que vai ser o vice. Só posso dizer que o vice não será um cara igual a eu. Será contraponto ao próprio PT. Alguém que possa ajudar na construção de uma coalizão “, disse o líder petista em entrevista nesta tarde a rádio Liberal, do Pará.
Lula reforçou a importância do papel do vice para atrair outras forças políticas que vão além da esquerda e que possam ajudar a formar a coalizão de sua gestão, caso seja eleito.
O petista também sinalizou que precisará de apoio político dessas forças democráticas e do vice para rediscutir o chamado “orçamento secreto”, mecanismo que permite o pagamento de emendas parlamentares sem qualquer transparência.
“Espero que a gente possa construir um vice para o Brasil, um vice que participe. Que vai ajudar a executar programa, que seja um vice por inteiro. Que vai exercer a presidência quando eu me ausentar. Porque vamos ter que discutir esse orçamento secreto. Quem está governando são os deputados e não o presidente”, disse o petista.
Lula também voltou a sinalizar que após sair do PSDB, Alckmin precisa preferencialmente escolher uma sigla que apoie o PT. O ex-governador ainda não anunciou para qual partido vai.
Nas últimas semanas, Alckmin manteve conversas com PSB e Solidariedade. Mas pessoas próximas afirmam que ainda há a possibilidade do PSD do ex-ministro Gilberto Kassab. Alckmin tem sido cobrado para que tome logo a decisão, mas ele tem optado por ganhar tempo na tentativa de ter mais clareza do cenário político.
“Espero que o Alckmin em algum momento se defina por um partido político que esteja na base de apoio da nossa candidatura” , disse Lula.