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Lula prorroga desoneração dos combustíveis por 60 dias

Lula prorroga desoneração dos combustíveis por 60 dias

Presidente também assinou normas que excluem estatais do plano de privatizações, além do decreto que estabelece o Bolsa Família de R$ 600

O presidente  Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou neste domingo (1º) uma MP (Medida Provisória) que prorroga a isenção de PIS/Cofins nos combustíveis por 60 dias. A decisão contraria a área técnica do novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O presidente assinou 13 portarias, veja todas aqui . 

As isenções concedidas pelo governo Bolsonaro se transformaram em dor de cabeça para Fernando Haddad e motivo de queda de braço dentro do governo Lula 3 antes mesmo da posse. O governo Bolsonaro colocou no Orçamento R$ 80,2 bilhões adicionais de incentivos fiscais e desonerações, incluindo a prorrogação da isenção do PIS e Cofins sobre os combustíveis. 

A volta do imposto teria impacto potencial de aumentar R$ 0,69 o preço dos combustíveis já em janeiro, segundo estimativa do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

Como mostrou o Estadão no sábado, 31, a primeira derrota de Haddad foi para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o futuro presidente da Petrobras. Eles queriam mais tempo para a prorrogação das desonerações até o indicado de Lula para a estatal poder fazer uma redução dos preços de combustíveis na refinaria, mudando a política de preços.

O presidente também assinou o decreto que viabiliza o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família e reestrutura a política do controle de armas.

A lista de normas inclui também um despacho que autoriza ministros a retirarem Petrobras, Correios e Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) do processo de desestatização, iniciado pelos ministros do governo de Jair Bolsonaro.

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A redução compensaria a volta da cobrança dos impostos. Nessa primeira decisão econômica em que Lula bateu o martelo, Haddad foi atropelado. Ele é contrário ao subsídio público para os combustíveis.

“A gente ganha tempo para tomar posse na Petrobras, olhar o contexto do setor de petróleo, o próprio preço do barril no mercado internacional. A tendência é ele distender em função do término do inverno no Hemisfério Norte. A sazonalidade que todos já conhecem”, disse Prates ao chegar para a posse de Lula.

Haddad está tendo dificuldade para rever essas desonerações e anunciar um plano robusto de corte de renúncias e incentivos fiscais para cobrir o rombo de R$ 220 bilhões nas contas do governo previsto para 2023. Se valerem o ano todo, as desonerações dos combustíveis custarão R$ 52,9 bilhões. 

Haddad teria alertado Lula e integrantes do governo que a manutenção dos subsídios ampliaria a percepção de risco fiscal. Tanto é que, no dia em que a prorrogação foi aventada pela primeira vez, houve piora de indicadores do mercado.

Grandes empresas

Além do imbróglio dos combustíveis, a equipe de Haddad trabalha para rever pelo menos em parte as demais desonerações que foram feitas nos últimos dias do ano, entre elas, a redução da alíquota do PIS/Cofins para as grandes empresas que pagam pelo sistema de lucro real. O custo dessa mudança, mostrada pelo Estadão ontem, é de R$ 5,8 bilhões. As empresas já fazem pressão para não haver a revogação da medida.