..::data e hora::.. 00:00:00

Brasil/Mundo

Lula ignora TSE e volta associar Bolsonaro à exploração infantil

Lula ignora TSE e volta associar Bolsonaro à exploração infantil

Petista e aliados têm tentado manter o assunto em alta desde a semana passada para tentar desgastar a campanha do atual presidente e candidato à reeleição

Nesta terça-feira (25), o candidato ao Planalto nas  eleições de 2022 Luiz Inácio Lula da Silva ( PT ) voltou a associar o atual mandatário do país, Jair Bolsonaro (PL), à  exploração infantil . Na fala, o ex-presidente descumpre uma determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que proíbe a campanha petista de fazer esse tipo de associação ao chefe do Executivo.

“No meu governo a gente criou o disque 100, para evitar a exploração de menores, como o meu adversário tentou fazer esses dias em Brasília”, disse Lula durante uma entrevista à TV Aparecida.

Ao citar o adversário, Lula se refere a fala de Bolsonaro em que ele afirma que viu meninas venezuelanas menores de idade e “pintou um clima”.

É a partir do ‘deslize’ do mandatário que o petista e aliados têm tentado manter o assunto em alta desde a semana passada. No entanto, no domingo, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou a remoção de postagens, incluindo vídeos, divulgados pela  campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que reproduzem as falas do presidente sobre o “pintou um clima”. Na decisão, o principal argumento do ministro foi a proteção à liberdade de expressão.

Moraes afirmou que a liberdade de expressão não representa um salvo-conduto para a propagação de discursos “sabidamente inverídicos”, “agressivos” e “preconceituosos”, ao falar sobre os vídeos divulgados.

“Liberdade de expressão não é Liberdade de agressão! Liberdade de expressão não é Liberdade de destruição da Democracia, das Instituições e da dignidade e honra alheias. Liberdade de expressão não é Liberdade de propagação de discursos mentirosos, agressivos, de ódio e preconceituosos!”, diz trecho da decisão de Moraes.

Bolsonaro se defende das acusações

No dia 16, Bolsonaro se defendeu sobre associação à pedofilia feita pela campanha a ele e afirmou ele que as 24 horas após o assunto se tornar um dos mais comentados da internet foram as “mais terríveis” da vida dele.

“Tentaram me atingir naquilo que é mais sagrado para minha: a defesa da família e das crianças. Me acusam de genocida, miliciano, canibal e agora pedófilo . Lamento que não tenha nada de concreto contra mim. Esse nível da campanha é o pior possível”, disse em entrevista a jornalistas.

Na ocasião, o presidente afirmou ainda que a frase “pintar um clima” já tinha sido usada por ele em outras ocasiões.

“Fui para dentro da casa das senhoras com 10 seguranças para conversar. Emiti uma live [...] Essa história de ‘pintar clima’, uso muito isso aí [...] Elas só estavam lá por estarem fugindo do regime venezuelano e vindo para cá para dias melhores”.

Presidente pede desculpas as meninas venezuelanas

Após a repercussão negativa do caso, no dia 18, o presidente publicou um vídeo pedindo desculpas às venezuelanas menores de idade mencionadas por ele no podcast do canal Paparazzo Rubro-Negro, na sexta (14). 

“Se as minhas palavras, que por má-fé foram tiradas de contexto de alguma forma, foram mal entendidas ou provocaram algum constrangimento às nossas irmãs venezuelanas, peço desculpa, já que meu compromisso sempre foi o de melhor acolher e atender a todos que fogem de ditaduras pelo mundo”, falou o presidente da República.

Na ocasião, o chefe do Executivo estava ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro e María Teresa Belandria, aliada de Juan Guaidó, principal opositor do governo Maduro, na Venezuela.

Relembre o caso

Na semana passada, Bolsonaro afirmou que viu as venezuelanas menores de idade e “pintou um clima”, levando-o a visitar a casa delas para saber do que se tratava. Na ocasião, o presidente fez uma live.

“Eu parei a moto em uma esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, 3, 4, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas em um sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’. Entrei. Tinham umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando. Todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida”, disse o chefe do executivo federal.

Porém, a responsável pela residência negou que o espaço era de prostituição e que as meninas estavam sendo cuidadas por uma ação social.