Nomes importantes do partido dizem que não foram ouvidos pelo presidente Lula
As recentes indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria-Geral da República geraram insatisfação entre lideranças do PT.
Figuras importantes da legenda expressaram se sentir desprestigiadas, alegando que as escolhas foram feitas como cotas pessoais ou para agradar ministros do STF, em detrimento das opiniões internas do partido.
A nomeação de Flávio Dino ao STF até que foi vista com relativo agrado pelo PT, principalmente pela possibilidade de Lula dividir o Ministério da Justiça e Segurança Pública em duas pastas.
O partido demonstra interesse em indicar um nome específico para liderar a pasta da Segurança Pública, enfatizando a importância de uma abordagem focalizada e especializada na área.
No entanto, as lideranças do PT destacaram que não pretendem se esforçar para fazer suas vozes serem ouvidas. Ao contrário do empenho anterior em convencer Lula a indicar outros nomes ao STF e PGR, a sigla optará pelo silêncio na discussão sobre a separação da pasta.
A insatisfação é expressiva, refletindo a percepção de um grande núcleo do partido de que suas opiniões são pouco consideradas em diversas questões, especialmente nas indicações e na área econômica.
O presidente Lula, por sua vez, manifestou receios em aprovar indicações do PT para o judiciário, utilizando o exemplo de Dias Toffoli como referência.
Lula tem enfatizado que suas escolhas não serão pautadas por discussões identitárias, considerando o Brasil em um período polarizado. Ele busca equilibrar suas decisões para agradar tanto progressistas quanto conservadores que apoiam seu governo.
A indicação de Flávio Dino ao STF é percebida por Lula como um contraponto em relação a Cristiano Zanin, pois os dois possuem visões divergentes em diversos aspectos jurídicos e sociais. O presidente, no entanto, assegura que ambos são leais a ele, afastando preocupações de possíveis perseguições no futuro.
Apesar das chateações, lideranças do PT não reclamarão publicamente. A ordem é que, externamente, decisões de Lula sejam apoiadas para não dar força aos opositores. Como ocorreu na indicação de Zanin, a sigla irá trabalhar para que Paulo Gonet e Dino sejam aprovados à PGR e ao STF, respectivamente.