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Brasil/Mundo

Hidrelétricas estão no menor nível em 20 anos; conta de luz deve ficar mais cara

Segundo o Ministério da Agricultura, o informe abrange a Bacia do Paraná, que inclui Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deve divulgar a bandeira da conta de luz para o mês de junho nesta sexta-feira (28), e a expectativa é que a tarifa siga vermelha .  Com o menor volume de chuvas em mais de 90 anos, os reservatórios das principais hidrelétricas estão nos níveis do grande apagão de 2001 .

Isso faz com que o governo precise contar com energia termelétrica , que é mais cara, e os custos são repassados ao consumidor final. 

A bandeira vermelha 1, em vigor em maio, adiciona R$ 4,17 a uma conta de 100 kWh. Como o consumo médio por domicílio no Brasil é de 160 kWh por mês, são R$ 6,67 a mais numa conta básica. 

A bandeira vermelha 2, que é ainda mais cara e é esperada já para junho, acrescenta R$ 6,24 por cada 100 kWh, ou R$ 10 a mais na média por residência.

Há ainda a bandeira amarela, intermediária (R$ 1,34 por 100 kWh), e a verde, usada nos meses de fartura e sem cobrança adicional. 

O Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emitiu o primeiro Alerta de Emergência Hídrica para o período de junho a setembro, na região da Bacia do Paraná, que abrange os Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, informou o Ministério da Agricultura nesta quinta-feira.

“Estudos realizados pelo SNM de acompanhamento meteorológico para o Setor Elétrico Brasileiro alertam que as perspectivas climáticas para 2021/2022 indicam que a maior parte da região central do país, a partir de maio até final de setembro, entra em seu período com menor volume de chuvas (estação seca)”, disse o ministério em uma nota conjunta com institutos que integram o sistema.

“A previsão climática elaborada conjuntamente pelo Inpe, Inmet e Funceme indica para o período junho-julho-agosto/2021 a mesma tendência, ou seja, pouco volume de chuva na maior parte da Bacia do Rio Paraná. Essa previsão é consistente com a de outros centros internacionais de previsão climática”.

Na nota, a pasta informou ainda que a análise das chuvas entre outubro de 2019 a abril de 2021 para a Bacia do Rio Paraná indica que, com exceção de alguns meses (dezembro/2019, agosto/2020 e janeiro/2021), durante a maior parte do período houve predomínio de déficit de precipitação, principalmente a partir de fevereiro/2021.

Bacia do Paraná abastece hidrelétricas

A Bacia do Paraná abriga as usinas hidrelétricas com os principais reservatórios de regularização do sistema, ou seja, com capacidade de gerar energia ao longo do todo o ano. Nas usinas do Norte, por exemplo, os reservatórios funcionam apenas durante o período de chuvas.

Criado em maio, o SNM é coordenado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), com a participação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden).

As instituições federais atuam de forma conjunta para aprimorar o monitoramento e a elaboração de previsões de eventos meteorológicos extremos, pesquisa, desenvolvimento e inovação no setor.