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Em depoimento, Policiais da PRF admitem erro em ação que deixou jovem baleada no RJ

Em depoimento, Policiais da PRF admitem erro em ação que deixou jovem baleada no RJ

Equipe formada por dois homens e uma mulher atuava de forma excepcional no patrulhamento de Natal

Os policiais rodoviários federais envolvidos no tiroteio que atingiu o carro de Juliana Leite Rangel , de 26 anos, na noite desta terça-feira (24), em Duque de Caxias , admitiram em depoimento que cometeram um erro.

Veja a nota completa da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF) abaixo.

A equipe formada por dois homens e uma mulher, que atuava de forma excepcional no patrulhamento natalino, afirmou ter confundido o veículo da família com o de criminosos, conforme declarou o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Rio de Janeiro, Vitor Almada.

Juliana, que seguia com a família para uma ceia de Natal em Itaipu, Niterói, foi atingida pelos disparos e está internada em estado gravíssimo no Hospital Adão Pereira Nunes, após passar por cirurgia. Seu pai, Alexandre Rangel, também foi ferido, mas teve alta no mesmo dia.

O depoimento dos policiais

Os agentes alegaram que, ao se aproximarem do carro em que Juliana e sua família estavam, ouviram disparos que acreditaram vir do veículo. “Eles deduziram que o carro era o autor dos tiros, mas depois perceberam que cometeram um grave equívoco”, explicou Almada. O trio estava armado com dois fuzis e uma pistola automática, e as armas foram apreendidas para perícia.

Os policiais relataram que a confusão pode ter sido causada por um alerta transmitido pelo rádio. Mais cedo, em outro ponto da mesma rodovia, uma equipe da PRF que prestava auxílio a um veículo quebrado no acostamento teria sido alvo de disparos de um carro em movimento. Embora ninguém tenha se ferido nesse ataque, o alerta gerou tensão entre as patrulhas.

Superintendente lamenta o ocorrido

Para Vitor Almada, nada justifica a ação da equipe. “A abordagem foi totalmente equivocada e fora dos padrões de treinamento”, afirmou.

O superintendente destacou que pediu pessoalmente à Polícia Federal para investigar o caso, garantindo a independência do inquérito.

“Determinamos uma investigação rigorosa para apurar todos os fatos e estamos profundamente arrependidos. Pedimos desculpas à família da Juliana e nos colocamos à disposição para o que for necessário”.

Nota da PRF

“Na manhã desta quarta-feira (25), a Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília/DF, determinou abertura de procedimento interno para apuração dos fatos relacionados à ocorrência da noite de ontem, na BR-040, em Duque de Caxias/RJ. Os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais.

A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana.

Por fim, a PRF colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas investigações do caso”.

Nota da PF

“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais.

Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”.