Segundo dados do Ministério da Saúde, o maior percentual de crianças abaixo do peso ideal ocorreu em 2021
Nos últimos 8 anos, ao menos metade das crianças Yanomami de até 5 anos apresentaram quadros de desnutrição, apontam dados do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena do Ministério da Saúde fornecidos via Lei de Acesso à Informação. O pico ocorreu no ano de 2021, quando quando 56,5% dessas crianças estavam com algum nível de déficit de peso.
No entanto, tais números não são o total de crianças em terras Yanomami, mas aquelas que foram atendidas pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no Sistema Único de Saúde (SasiSUS), acompanhadas pela Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN).
A Terra Indígena Yanomami, a maior reserva indígena do Brasil, enfrenta umagrave crise sanitária e humanitária, com dezenas de casos de desnutrição grave e malária que atingem desde crianças até adultos.
No dia 20 de janeiro, o governo federal decretou emergência de saúde pública após técnicos do Ministério da Saúde constatarem a crise humanitária na região. Além disso, o governo tem atuado junto às forças policiais para retirar garimpeiros que exploram ilegalmente as terras Yanomami.
Veja os números da desnutrição infantil:
- 2015 - 49,1%
- 2016 - 50,9%
- 2017 - 47,4%
- 2018 - 49,7%
- 2019 - 54,5%
- 2020 - 54,5%
- 2021 - 56,5%
- 2022 - 52,2%
A situação Yanomami durante os últimos anos
No ano de 2015, cerca de 3516 crianças foram acompanhadas pelo Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (Siasi), 1059 estavam com peso baixo e 666 com peso muito baixo para a idade. O que representou, naquele ano, segundo dados, 49,1% do total das crianças acompanhadas fora do peso.
Já em 2016, eram 50,9%. Em 2017, o número foi de 47,4%. E 49,7% em 2018.
O período abrange as gestões dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer.
2021 o pior ano para os Yanomami
No início do governo de Jair Bolsonaro, em 2019, houve um aumento proporcional na taxa de crianças abaixo do peso na região. Segundos os dados, a porcentagem saltou para 54,5%, mesmo índice registrado em 2020.
Durante o governo bolsonarista, o pior cenário ocorreu em 2021, quando 56,5% das crianças estavam com déficit de peso: dos 4245 Yanomami de até 5 anos monitorados, 1269 estavam com peso baixo e 1130 com peso muito baixo. O período coincide com a pandemia mundial da Covid-19.
Durante 2022, a situação apresentou uma melhora em relação aos números, mas, ainda assim, mais da metade das crianças seguiam fora do peso ideal: 52,2%.