Influenciadora havia solicitado autorização para uma empresa de apostas esportivas pouco antes da prisão
Na manhã desta quarta-feira (4), a advogada e influenciadora Deolane Bezerra foi presa em uma operação contra lavagem de dinheiro . A prisão ocorreu em Boa Viagem, zona sul do Recife (PE). Deolane havia aberto uma empresa de apostas esportivas, chamada Zeroumbet Plataforma Digital LTDA, em julho deste ano, segundo a coluna da Letícia Casado, do portal “UOL”.
A empresa, com um capital social de R$ 30 milhões, está registrada no nome de Deolane e de sua outra empresa, Bezerra Publicidade e Comunicação LTDA. A casa de apostas, ZeroUm.bet, pediu autorização ao Ministério da Fazenda para operar, na primeira leva de autorizações encerrada em agosto. No total, 113 empresas solicitaram autorização para operar plataformas de apostas esportivas no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2025.
Deolane, sua mãe, Solange Bezerra, também foi detida pela Polícia Civil. Além delas, a operação mira o CEO da empresa Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho e seu pai, o empresário Darwin Henrique da Silva.
A regulamentação das apostas esportivas é uma medida do governo Lula (PT), aprovada pelo Congresso. A expectativa do setor era que entre 50 e 70 empresas solicitassem licença, mas o volume de pedidos superou essas estimativas. O custo para obter uma licença é de R$ 30 milhões, além de R$ 5 milhões para depósito compulsório. A aprovação das licenças será feita até o fim do ano, e a licença, que tem validade de cinco anos, será concedida após o pagamento da outorga.
Durante a operação, batizada de “Integration”, a polícia apreendeu um helicóptero, carros de luxo, dinheiro vivo (dólares e euros) e joias. Além disso, foram bloqueados ativos no valor de R$ 2,1 bilhões. A Justiça também determinou a entrega de passaportes e, se aplicável, a suspensão do porte de armas.
A operação começou em abril de 2023 com o objetivo de identificar e desarticular uma organização criminosa envolvida em jogos ilegais e lavagem de dinheiro. No total, a Polícia Civil cumpriu 19 mandados de prisão, 24 mandados de busca e apreensão, sequestro de bens e valores, e bloqueio judicial de ativos financeiros, todos expedidos pela 12ª Vara Criminal da Comarca do Recife.