Extração de sal-gema foi interrompido há cinco anos, o que não impediu a continuidade das movimentações no solo
O risco de colapso da mina da Braskem , que colocou a cidade de Maceió (AL) em estado de emergência, já havia sido alertado por cientistas há 13 anos. Segundo a Defesa Civil, a mina acumulou um deslocamento vertical de 1,42 metros, enquanto a sua velocidade vertical é de 2,6 centímetros por hora.
“Um estudo publicado na revista científica Geophysical Journal International mostrou que a exploração do sal-gema pela Braskem estava provocando aumento do nível do lençol freático na região. Esse aumento de pressão poderia causar o afundamento do solo”, diz texto divulgado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
“Em 2011, outro estudo, publicado na revista científica Engineering Geology, chegou à mesma conclusão. Os pesquisadores estimaram que o afundamento poderia atingir até 1,5 m em algumas áreas da cidade”, continua a publicação.
O iminente colapso na área fez com que obrigou a evacuaçãço evacuação de um hospital e da população residente nas localidades em perigo. Os bairros sob alerta incluem Mutange, Pinheiro, Bebedouro, além de porções de Bom Parto e Farol.
Autoridades afirmam ainda que uma cratera do tamanho do estádio do Maracanã pode ser aberta no Mutange em caso de desabamento da mina 18 da Braskem. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a área em risco abrange 14 mil imóveis ocupados por 57 mil moradores e comerciantes.
Em nota, a Braskem diz que monitora a região e que dados “demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área dessa mina e que essa acomodação poderá se desenvolver de duas maneiras: um cenário é o de acomodação gradual até a estabilização; o segundo é o de uma possível acomodação abrupta”.