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Brasil/Mundo

Candidato a vereador do PL em SC conhecido por suástica na piscina será expulso do partido

Legenda disse desconhecer a filiação de Wander e que, ‘por não compactuar ideologicamente com o filiado’, irá fazer o desligamento do mesmo. O político não quis falar com a reportagem

O candidato a vereador em Pomerode Wandercy Antonio Pugliesi, que ficou conhecido por manter uma piscina com uma suástica nazista em casa, será expulso do Partido Liberal (PL). A decisão foi anunciada pela legenda na tarde de quinta-feira (8). Em nota, o partido em Santa Catarina disse que desconhecia a filiação de Wander e que, “por não compactuar ideologicamente com o filiado”, irá fazer o desligamento do mesmo.

Inscrito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como Professor Wander, Pugliesi lecionou História em escolas do Ensino Médio de Santa Catarina durante anos. Em 1998, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), livros e materiais com suásticas do professor foram apreendidos pela Polícia Federal. De acordo com a NSC, ele não foi condenado criminalmente.

Procurado pelo G1 SC, o candidato chegou a atender a ligação, mas desligou após a identificação da reportagem. A defesa do político também não respondeu aos contatos.

Em 2014, uma foto da piscina com a suástica foi feita por policiais civis que atendiam uma ocorrência em Pomerode, no Vale do Itajaí. Na época, Pugliesi não chegou a ser denunciado já que a polícia considerou que ele não fazia propaganda nazista ao manter o símbolo dentro de casa.

candidato webProfessor Wander — Foto: TSE/Divulgação

Candidatura

De acordo com o Sistema da Justiça Eleitoral, o professor de 58 anos se filiou ao PL em 31 de março deste ano. Já o edital de candidatura que consta o nome de Pugliesi foi protocolado em 28 de setembro, na 55º Zona Eleitoral.

Até as 8h, o nome do professor constava no site do TSE como candidato.

Decisão

O deputado estadual Ivan Naatz, que é presidente do PL em Santa Catarina, disse que a decisão partiu da Executiva Nacional do partido. De acordo com a Lei Eleitoral, a filiação é uma das condição de elegibilidade para a candidatura nas eleições. (veja nota abaixo)

“Não houve nenhuma participação do regional aqui. Foi uma decisão exclusivamente da Executiva Nacional e que tomou um vulto muito grande. Meu telefone está ‘entupido’ de pedidos de informação a respeito disso”, disse o parlamentar na tarde de quinta-feira.

O G1 SC entrou em contato com o partido nesta manhã e solicitou informações sobre prazos para o desligamento do candidato. A reportagem também questionou os detalhes que levaram a legenda a tomar a decisão. O partido informou que irá enviar uma nota nesta sexta com as informações.

Eleições

O presidente da Comissão Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Catarina (OAB/SC), Paulo Fretta, afirma que não existe, na legislação, a figura da expulsão sumária dentro dos partidos. Segundo o advogado especialista na área, antes da dispensa do candidato, há um processo interno feito por cada legenda que deve oportunizar o direito da ampla defesa. Os prazos não são fixos.

“O partido tem a autonomia para fazer o processo e pode até acelerar um pouco nesse período. Mas se o partido expulsar, o próprio pode requerer o cancelamento do registro da candidatura no Tribunal Eleitoral”, afirmou Fretta.

Se a candidatura for cancelada antes das eleições, Pugliesi não poderá concorrer ao pleito. De acordo com a Lei Eleitoral, a filiação é uma das condições de elegibilidade.

Confira a íntegra da nota do PL SC:

“O Diretório Estadual do Partido Liberal em Santa Catarina desconhecia a filiação do candidato a vereador da cidade de Pomerode, Professor Wander, conduzida diretamente pelo órgão de direção municipal. Por não compactuar ideologicamente com o filiado, o PL encaminhou o desligamento do mesmo. O partido reforça sua firme posição contra todo tipo de apologia à discriminação racial, religiosa e social.”