No encontro, presidente vai mostrar aos representantes a tese nunca comprovada — e já refutada pelo TSE — de fraude nas urnas
Nesta segunda-feira (18), o presidente Jair Bolsonaro (PL) vai se reunir com embaixadores estrangeiros em Brasília para tentar apresentar aos representantes a tese dele — nunca comprovada e já refutada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — de que houve fraudes nas eleições brasileiras.
De acordo com o mandatário, cerca de 40 diplomatas já confirmaram presença na reunião, que vai ocorrer no Palácio da Alvorada. No encontro, Bolsonaro disse que pretende fazer uma apresentação com documentos sobre os resultados das eleições de 2014 e 2018.
“Não vou supor nada, o foco é na transparência eleitoral. Fazer com que uma vez acabando as eleições, ninguém duvide da mesma e o perdedor imediatamente ligue para o bom ganhador. Essa que é a ideia. Temos mecanismos de praticamente zerar qualquer interferência, diferentemente do que é dito no inquérito da PF de 2018 por documentos fornecidos pelo TSE”, disse o presidente a apoiadores.
Recentemente, Bolsonaro tem aumentado as críticas ao TSE, principalmente a Fachin, sobre a participação das Forças Armadas no processo de fiscalização das urnas eletrônicas . O chefe do Executivo alega que a Corte ignora os questionamentos enviados pelos militares e que não abre espaço para um diálogo com os técnicos das Forças.
Na reunião, Bolsonaro deve tentar reapresentar informações de um inquérito sigiloso da PF sobre as eleições de 2018 que não mostrou qualquer ocorrência de fraude na totalização dos votos.
O documento já foi usado anteriormente pelo presidente para atacar o processo eleitoral durante uma live. Na ocasião, ele disse que provaria que houve fraude nas eleições, mas não apresentou nenhuma prova concreta que o sistema apresenta falhas.
Bolsonaro chegou até mesmo a ser investigado por divulgar um inquérito sigiloso da PF .
Testes realizados pela Comissão Avaliadora do Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS) demonstram a maturidade do sistema eleitoral brasileiro.
O texto apresentado ao ministro Edson Fachin, presidente do TSE, no final de maio também informa que as urnas eletrônicas transmitem segurança e confiabilidade ao eleitor.
O relatório também apresenta ao TSE sugestões de melhorias para que o órgão consiga aprimorar o seu sistema eleitoral. Entre as recomendações estão: facilitar o acesso da documentação das barreiras do sistema aos investigadores; ajustar o ambiente físico para a realização dos testes; e aprimorar a publicidade dos Boletins de Urna, substituindo a criptografia, que é aplicada atualmente, pela assinatura eletrônica.