Presidente tinha dito que esperava o relatório do Exército para atestar confiabilidade das urnas eletrônicas, mas deu recuou após constatação da segurança
O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta quarta-feira (19) que as Forças Armadas tenham feito uma auditoria para constatar a confiabilidade das urnas eletrônicas e acusou a imprensa de colocar a declaração ‘na sua boca’. Em entrevista no Palácio do Alvorada, Bolsonaro disse que as informações sobre ter recebido a auditoria eram falsas e ressaltou que a autoria nos equipamentos não é de competência do Ministério da Defesa.
“As Forças Armadas não fazem auditoria. Lançaram equivocadamente. A comissão de transparência eleitoral não tem essa atribuição. Então furada, fake news”, disse.
“Você agora está botando [palavras] na minha boca agora? Não bota na minha conta, não”, concluiu, ao ser questionado sobre declarações antes do primeiro turno das eleições.
Em entrevista coletiva após a confirmação de que foi ao segundo turno, Bolsonaro afirmou que não daria um parecer sobre o desempenho do sistema enquanto as Forças Armadas não entregassem o relatório. O próprio presidente da República cobrou a participação do Ministério da Defesa na fiscalização do pleito.
“Olha, eles participaram da sala cofre. Devem estar lá até agora. Até o encerramento, vão estar lá. Vai ser feito um relatório pelo Ministério da Defesa”, disse na época.
Interlocutores do Palácio do Planalto admitem que Bolsonaro recebeu o documento e que a auditoria confirma a confiabilidade das urnas eletrônicas. O resultado, contrário ao que esperava Bolsonaro, estaria atrasando a entrega do relatório.
Após a repercussão, o Tribunal de Contas da União (TCU) cobrou a entrega do documento e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que o Ministério da Defesa divulgue o relatório em até 48 horas. Na terça-feira (19), o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, se reuniu com o ministro Paulo Sérgio Nogueira e recebeu a informação de que a pasta cumprirá o prazo determinado.
Entretanto, equipes de Bolsonaro e Nogueira articulam justificar não ter feito autoria de confiabilidade das urnas eletrônicas, apenas um relatório sobre a transparência do processo eleitoral.