Orgão cita nominalmente o presidente da República pela primeira vez em inquérito; documento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal
A Procuradoria-Geral da República (PGR) citou nominalmente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) , pela primeira vez, no inquérito que apura a organização e o financiamento dos atos antidemocráticos de 7 de setembro. Segundo o órgão federal, o mandatário foi quem iniciou as convocações das manifestações. As informações são do portal O Globo.
Embora sigiloso, o documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 4 de setembro. Não há descrição, porém, dos eventuais crimes que teriam sido cometidos por Bolsonaro em um possível vínculo com a organização dos protestos, mas seus ataques à Corte - e a ministros do Supremo - já lhe colocaram como investigado no inquérito das fake news.
Para Lindôra Araújo, subprocuradora-geral da República e responsável pelo caso, o início das convocações teria acontecido no dia 15 de agosto, quando o presidente divulgou uma mensagem a seus contatos de WhatsApp apoiando um “contragolpe” em possíveis manifestações contrárias ao seu governo.
“A princípio, a organização da realização de prováveis atos de ataque à democracia e às instituições iniciou-se com entrevista do presidente da República informando que haveria ‘contragolpe’ aos atos entendidos como contrários à sua gestão, em 15 de agosto do presente ano”, afirma Lindôra.
O orgão federal cita o dia 15 de agosto como “marco temporal em que iniciadas as convocações para os atos antidemocráticos previstos para o dia 7.9.2021”. A partir desta data, buscas em fluxos financeiros ocorrerão para rastrear os possíveis financiadores.