Nahuel Medida, assessor de Marçal, afirma ter sido agredido inicialmente e também registrou boletim de ocorrência
Nahuel Medina, assessor do candidato a prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) , foi liberado da delegacia nesta terça-feira (24) após ser detido por uma agressão a Duda Lima, marqueteiro do candidato e atual prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), na noite desta segunda-feira (24), em debate promovido pelo Flow Podcast.
O aliado do ex-coach assinou um termo circunstanciado na delegacia, após o registro de um boletim de ocorrência por lesão corporal no 16º Distrito Policial de Indianópolis, perto do Clube Sírio Libanês, onde aconteceu o debate.
Medina é um dos assessores mais próximos a Marçal, ele é responsável por produzir os vídeos do candidato do PRTB para as redes socias.
Lima foi encaminhado ao hospital após receber o soco e tomou seis pontos no rosto. No registro da ocorrência, ele solicitou medida protetiva e pediu para que o caso seja investigado.
Ao sair da delegacia, Medina disse que também foi agredido e registrou B.O. contra Lima.
“A gente estava no debate e ele começou a xingar todo mundo e tentar passar códigos para o Nunes. Eu fui tentar filmar pra mostrar como eles agem pelas costas, esses marketeiros, e criam narrativas. Ele foi com toda força em mim, jogou meu celular pra baixo, enfiou a mão na minha camisa e me arranhou até embaixo. Meu peito está todo vermelho”, explicou.
“Naquele momento eu só me defendi. Instintivamente foi aquilo que aconteceu e todo mundo viu. (...) Eu vim pra cá para gerar um boletim de ocorrência contra ele de agressão, porque ele me agrediu primeiro”, declarou.
O advogado Daniel Bialski, representante do marqueteiro de Ricardo Nunes, rebateu a declaração de Medina e disse que falta “civilidade” a equipe de Marçal.
“As testemunhas confirmaram que existe desse caso uma vítima e um agressor. E nesse caso o Eduardo [Duda] é a vítima. Ele foi agredido por essa pessoa e não tem qualquer justificativa para praticar um ato como esse. Foi uma selvageria. Falta civilidade, falta urbanidade. Para essas pessoas, só o rigor da lei pode fazer com que eles obedeçam ao mínimo de convivência social”, declarou Bialski.
“Foi um ato selvagem que poderia ter cegado do Duda. Porque os óculos dele quebrou. Ele teve um corte muito profundo na região do olho. Se os óculos tivessem entrado dentro do olho, ele teria ficado cego”, completou.
Por meio de nota, Pablo Maçal disse que agressões são “inaceitáveis” no âmbito do debate.
“Em um lamentável episódio que ocorreu durante o debate no Flow, a importância da inteligência emocional ficou evidente. Duda Lima, marqueteiro de Nunes e conhecido por sua atuação na última campanha de Bolsonaro, perdeu o controle e, de forma inaceitável, agrediu o assessor Medina, arranhando seu peito e jogando seu celular no chão, conforme registrado em vídeo. Após essa agressão, Duda continuou a proferir zombarias e, diante desse cenário, Medina também reagiu de maneira reprovável, perpetuando um ciclo de agressão física que é inaceitável, principalmente em ambientes de debate.”
Nunes comentou sobre o caso antes de deixar o local do debate.
“Ele tomou um soco do nada, simplesmente do nada, simplesmente do nada. Ele estava parado, se você vê os vídeos, aí o cara foi e deu um soco nele de forma agressiva, covarde, absolutamente covarde.”
Tensão pré-debate
Antes do debate, Marçal provocou Nunes com ofensas como “Tchutchuca do PCC”, “ladrão de merenda” e disse que “2025 você vai passar na cadeira”, enquanto o prefeito respondeu chamando-o de “condenadinho”.
Nunes, que inicialmente hesitou em participar do debate devido a outros compromissos, destacou a importância de discutir a cidade durante o evento. “Conseguimos remarcar e estou aqui. É importante ter o debate para ter essa oportunidade de discutir a cidade”, afirmou.
O debate
O debate contou com a participação de outros candidatos, Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB), e teve como foco temas importantes como saúde, educação e segurança pública.
Apesar da proximidade entre os candidatos, não houve perguntas diretas entre eles, pois todas foram mediadas. Três direitos de resposta foram pedidos, por Boulos, Datena e Marçal e apenas o do ex-coach foi concedido.
Em cerca de duas horas, foram três blocos de perguntas e respostas e um com as considerações finais.