Polícia Federal já prendeu quatro dos cinco alvos dessa fase da operação Última Milha
Nesta quinta-feira (11), a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da operação Última Milha, que investiga um suposto esquema ilegal de monitoramento de autoridades por meio dos sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com as investigações, o grupo utilizou sistemas de GPS para rastrear celulares de autoridades e desafetos políticos do ex-presidente sem autorização judicial. Nesta fase, a PF cumpre cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
Segundo o jornal O Globo, quatro pessoas foram presas até o momento e as autoridades continuem em busca de um quinto suspeito.
Confira os alvos presos pela PF nesta quinta:
Marcelo de Araújo Bormevet
Bormevet era agente da Polícia Federal. Ele ganhou a confiança de Bolsonaro e de Alexandre Ramagem (PL), que na época era diretor-geral da Abin e hoje atua como deputado federal pelo Rio.
Ele exerceu um cargo de confiança tanto na gestão de Bolsonaro, como Chefe do Centro de Inteligência Nacional, quanto no governo Lula, como assessor na Subchefia Adjunta de Infraestrutura da Casa Civil, sendo afastado do posto em janeiro por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Além disso, em abril, a Controladoria-Geral da União instaurou um processo administrativo disciplinar (PAD) contra ele.
Giancarlo Gomes Rodrigues
O militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues foi cedido para a Abin durante a gestão de Ramagem. Na agência, ele trabalhava como assessor de Ramagem.
Rodrigues já havia sido alvo de outro momento da operação da PF que mira as supostas ilegalidades na Abin.
De acordo com a investigação da PF, Giancarlo monitorava, sem autorização judicial, os dispositivos do advogado Roberto Bertholdo, que por sua vez era próximo de dois adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): os ex-deputados federais Rodrigo Maia e Joice Hasselmann.
Matheus Sposito
Mateus de Carvalho Sposito atuou como assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão Bolsonaro. Ele também foi um dos investigados na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, suspeito de integrar um ‘gabinete paralelo’ que defendia o uso de medicamentos sem eficácia comprovada.
Richards Dyer Pozzer
O empresário do ramo de produção industrial Richards Dyer Pozzer também foi alvo da CPI da Covid por disseminar fake news nas redes sociais.