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Trump é o Hitler do século 21

Trump é o Hitler do século 21

Falava-se que essas loucuras anunciadas por Donald Trump eram cortinas de fumaça para encobrir o que realmente interessa. Pois o jurista Pedro Serrano, da Faculdade de Direito da PUC-SP, matou a charada: “Se as instituições norte-americanas não reagirem de imediato, estaremos diante de uma ditadura nos EUA”, denuncia.

Não uma ditadura nos moldes do século 20, e sim do século 21. O governo produziu uma série de medidas de exceção ao mesmo tempo – como ensina Maquiavel – que atentam contra a democracia americana e os direitos humanos.

“Cada uma dessas medidas é terrível e daria imenso debate sobre o ponto de vista da democracia liberal. Foi inteligente a forma como ele fez, tudo de uma só vez, e as pessoas não percebem o que está acontecendo”, observa.

Exemplo: Qualquer trabalho científico produzido por funcionário público, ou com verba pública – a imensa maioria da ciência de base da pesquisa -, tem que antes passar pela censura prévia de um comitê estatal para ser divulgado em qualquer lugar, inclusive em congressos científicos.

E mais: “A arte só pode ser produzida com verba estatal - o que significa a maior parte da atividade artística -, e se for com base na estética clássica. O estado determina qual a estética que o artista tem que seguir. É muito grave!”.

“E eles falam em liberdade de expressão. Olha a liberdade que eles impõem agora que têm o poder na mão? Zero. Barbárie, Idade Média!”.

Além disso, Trump decretou estado de exceção nas fronteiras dos EUA, como fez Hitler em 1933. “Ele decretou ordem de execução para os estrangeiros que vão para Guantanamo, o que significa ausência de direito de preservação física e uso legítimo de tortura, com base legal.”

O republicano decretou ainda ordens executivas para intervir nas eleições, com isso, passa a determinar o modo como se dá o processo eleitoral norte-americano. “É um pacote de decretos de exceção, as ordens executivas dos EUA, que atingem brutalmente a democracia americana”, aponta.

“Antes, o inimigo era o terrorista. Agora, é o invasor, que serve como justificativa para suspender uma série de direitos”. Para o professor, “estamos perante uma degradação do discurso democrático norte-americano como nunca existiu na história do país.”

E, enquanto isso, a atenção da mídia foca nas questões econômicas, tarifárias, “mas é algo muito mais profundo do que isso. É a chamada guerra cultural, contra os direitos”.

“Estamos perante um novo Hitler. Daqui a 100 anos nossos bisnetos falarão de Trump como falamos de Hitler”, compara. “Os alemães conviveram com os campos de concentração como se eles não existissem. Hoje, convivemos com essas medidas de exceção como se elas também não existissem”.

Ou seja, não é a toa que o aliado Elon Musk escancara sua simpatia pelo nazismo...

Celina Côrtes, Jornalista e escritora

Fonte: https://sairdainercia.blogspot.com/