Antes de declarar oposição, Major Rocha deveria pedir exoneração dos cargos que mantém na máquina estadual
Em qualquer Governo democrático que se preze, quem faz oposição quer manter a máxima distância possível da administração que combate. Menos no Acre. Aqui, aqueles que se declaram de oposição, como é o caso do vice-governador Wherles Rocha (PSL), querem combater o Governo mas sem largar o osso – ou seja, os cargos dos afilhados e indicados nos bons tempos de parceria.
Portanto, para ter a coerência que arrota e que acha que tem, antes de perseguir a atual administração e o próprio governador Gladson Cameli - fazendo as mais torpes denúncias e acusações contra um Governo cujos membros estão focados no combate à pandemia do coronavirus, na tentativa de trazer de volta a normalidade à vida dos acreanos, o vice governador deveria pedir a exoneração de todos os cargos que ele indicou, assim como também os cargos indicados por sua irmã, a deputada Mara Rocha (PSDB). Sinceramente, não sei quantos, mas o que se sabe é que os cargos indicados pelos dois não são poucos.
Fazer oposição assim, é muito bom. Critica, aponta o dedo, faz acusações, mas as pessoas indicadas para os mais diversos cargos na estrutura do executivo continuam no poder e, o que é pior, trabalhando contra o Governo e contra o próprio governador. Assim é fácil!
E quando o governador toma a decisão de devolver aos cargos de origem, pessoas essas da mais absoluta confiança do vice-governador, como no caso dos militares de altas patentes agregados a seu gabinete, a gritaria é geral. É como se Gladson Cameli fosse refém do grupo do vice-governador e não pudesse usar sua caneta de governador para não ferir as susceptibilidades daqueles que querem só o venha a nós e na hora de devolver a contrapartida, se acham no direito de trair um Governo que detém bons índices aceitação e popularidade.
Major Rocha tem tanto apego aos cargos de quem ele indicou que, ao saber da devolução dos militares que o serviam feitos escravos particulares, pagos com o dinheiro público, correu às redes sociais para reclamar de suposta perseguição. Deve fazer o mesmo assim que o governador resolver exonerar todos os cargos. Vai de novo se fazer de vítima. Fato é que fazer oposição para depois se fazer de vítima é oportunismo político dos mais baixos.
E por que o governador precisa exonerar os cargos indicados por Rocha? Porque já está claro que, mesmo os servidores mais humildes indicados pelo vice-governador, estão a serviço de Rocha e não do governo. São eles que vivem juntando papéis e pseudos-provas contra o Governo com as quais o vice-governador embasa muitas das denúncias que vêm fazendo, muitas delas sem qualquer materialidade ou indícios, mas são feitas apenas para criar embaraços ao governador e não o deixar governar em paz. A oposição deve ser feita, se é que quer assim o vice-governador, sem os cargos com os quais ele encheu a máquina púbica estadual. A caneta de Galdson Cameli tem que funcionar e dizer quem que foi eleito e tem a real representação dos acreanos para administrar este Estado é ele e que, mesmo sob os ataques mais covardes, não deve transferir sua autoridade – uma autoridade conquistada pelo voto popular, nas ruas – a terceiros, cuja finalidade é, como já demonstrado em outras ocasiões e agora com a tentativa de manutenção dos cargos, apenas se dar bem com o dinheiro e as funções públicas.
Gladson Cameli, que não tem se acovardado até aqui, precisa do apoio da sociedade e das pessoas de bem para enfrentar mais essa cruzada contra os inimigos do Acre.
Tião Maia, jornalista