Estava previsto, mas não se esperava que fosse tão rápido: várias redes de supermercados da Europa suspenderam total ou parcialmente suas compras de carne bovina brasileira. França, Bélgica, Inglaterra e Holanda (sendo que a maior rede holandesa é uma delas) já confirmaram a suspensão.
Além de supermercados, um fabricante de derivados de carne também anunciou a suspensão.
A razão: parte da carne exportada veio de gado criado em áreas desmatadas, principalmente na região amazônica.
Algumas redes de supermercados anunciam a suspensão de toda carne bovina da América do Sul.
O alvo principal, em todo caso, é justamente o maior vendedor: o Brasil. E o grande prejudicado é a maior processadora de carne do mundo, a brasileira JBS.
A empresa foi acusada de comprar gado criado em áreas desmatadas, transferido para fazendas que atuam de maneira legal e assim praticar o que é chamado de “lavagem de gado”. Houve um desmentido da JBS, mas ao menos num primeiro momento não foi suficiente para suspender a punição.
Há alguns meses – maio, mais precisamente – supermercados e fabricantes europeus de alimentos ameaçaram tomar medidas drásticas diante da devastação florestal que não fez mais que crescer desde a chegada de Jair Messias à presidência.
A ameaça não adiantou nada. O pior governo da história da República insistiu e insiste em aumentar a mineração e o agronegócio, que inclui a criação de bovinos, na região amazônica e nas vizinhanças, devastando o que houver pela frente, reservas indígenas inclusive.
Criação de gado é justamente o que mais se expande conforme o meio-ambiente é devastado. Glória de Jair Messias e seu bando empoleirado em Brasília. Outra devastação, porém, estenderá seus efeitos sobre todos e cada um de nós: a da imagem brasileira no exterior.
Quem assumir a presidência depois do Genocida não terá de começar tudo, absolutamente tudo, a partir do zero: é que o quadro que encontrará estará abaixo de zero.
Eric Nepomuceno é jornalista e escritor
Fonte: https://www.brasil247.com