Carlos Bolsonaro sugeriu que seu pai deve ser um ditador, pois as mudanças não podem ser feitas por vias democráticas
. O presidente da OAB respondeu afirmando que não há como aceitar uma família de ditadores.
O nervosismo do clã Bolsonaro é evidente. O presidente e seus filhos já começaram a notar que estão perdendo sustentação empresarial e popular.
A economia não deslanchou e não vai deslanchar, pois o Brasil está sendo governado em benefício do empresariado norte-americano. Ao facilitar a devastação e o incêndio da floresta amazônica Bolsonaro pode ter selado seu destino. Ele é objeto de ódio dos ambientalistas norte-americanos e europeus. Diversos estadistas que defendem os princípios democráticos e o desenvolvimento sustentável já fazem questão de demonstrar publicamente todo seu desprezo pelo tirano brasileiro.
Para governar nosso país não basta ser um mito. O presidente brasileiro deve ter liderança política, projeção internacional, tolerância social e um projeto econômico consistente e realizável. Jair Bolsonaro não reúne nenhuma dessas qualidades. Ele soube ganhar a eleição, mas não está em condições de tirar proveito da vitória.
Por outro lado, Felipe Santa Cruz comanda uma instituição importante e poderosa. Ele deveria ter mais paciência com o moleque mimado que odeia a democracia. Carlos Bolsonaro é um criador de memes, um “capo” de robôs virtuais. Ele e seu pai não comandam exércitos mecanizados. Além disso, a única coisa que esse filho esquisito do capitão motosserra consegue é demostrar a própria ignorância.
Se fosse leitor de Maquiavel, o pavão saberia que “… a força encontra facilmente um título, mas nenhum título cria a força.” (Comentários sobre a primeira década de Tito Lívio, Livro I, capítulo 34º, editora UnB, Brasília, 1994, p. 113). Além disso, Carlos Bolsonaro conspira abertamente contra a democracia ignorando que os “…perigos implicados nas conspirações são constantes e muito grandes; quando se as trama, quando se as executa, e mesmo depois de executá-las.” (Comentários sobre a primeira década de Tito Lívio, Livro III, capítulo 6º, editora UnB, Brasília, 1994, p. 315)
A verdade nua e crua não pode mais ser disfarçada. O capital político que a familícia conseguiu está sendo rapidamente desperdiçado. As demonstrações de temor (Jair Bolsonaro fugiu da ONU) e de desespero (os Twitters de Carlos Bolsonaro) provam satisfatoriamente que o mito está mais perto de ser derrubado do que de se tornar um ditador. Além disso, quanto mais Bolsonaro pensar que é Napoleão, mais ele ficará perto da interdição e de um Hospício.
Os dois fotogramas que ilustram esse texto resumem perfeitamente a ideologia do clã Bolsonaro. Segundo a familícia o Brasil teria que escolher entre o nazismo do mito e o comunismo do PT. Entretanto, os governos moderadamente nacionalistas do PT enriqueceram inclusive e principalmente os empresários e banqueiros brasileiros. Desde que assumiu a presidência Bolsonaro só causou prejuízo aos exportadores usando retoricamente o nacionalismo para justificar a submissão econômica e política do Brasil aos interesses hegemônicos norte-americanos.
Iron Sky 1 e 2 que exploram de maneira cômica uma realidade que deixou de existir. No imaginário dos Bolsonaro esses dois filmes podem ser um programa de governo coerente.
Jornalista
Fonte: https://jornalggn.com.br