Indiciado pela Polícia Federal por três crimes – falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita e associação criminosa
– o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, se condenado no “escândalo dos laranjas” pode pegar 14 anos de cadeia no total e de quebra desidratar o PSL.
Blindado até agora por Bolsonaro, ele está a dois passos da cadeia: falta o Ministério Público de Minas Gerais aceitar o indiciamento, repassar à Justiça, a Justiça concordar e finalmente declará-lo culpado por organizar em seu estado um esquema que, segundo a PF, desviou para empresas de seus assessores valores destinados a pagar campanhas de candidatas do PSL.
Com consentimento ou não, devolvendo parte ou todo a verba, as quatro candidatas atuaram como laranjas. Cada uma delas recebeu R$279 mil da verba pública repassada ao partido, mas não fez campanha.
As candidatas já confirmaram à polícia participações no esquema de corrupção. E foram indiciadas.
O caminho do dinheiro também já foi descoberto: o destino final da maior parte da verba foram empresas ligadas a assessores do ministro, que já estiveram presos e também estão indiciados.
As evidências reveladas pelas investigações não deixam margem para a mais remota possibilidade de Marcelo Álvaro Antônio sair ileso do episódio, o que coloca Bolsonaro diante de uma sinuca de bico.
Ou da escolha de Sofia.
Se mantiver no cargo um ministro indiciado pela PF em crime eleitoral e financeiro irá contradizer sua principal bandeira de campanha, o combate à corrupção.
Corre o risco de ser alvejado tanto pela esquerda quanto pela direita.
Se tirá-lo de cena agora reforçará sua imagem de caçador de corruptos, mas antecipará a culpa, o que terá consequências trágicas não só para o ministro, mas para o PSL: toda a bancada mineira composta por seis deputados – inclusive o suplente do ministro – será cassada se o ministro for condenado.
A terceira via seria Bolsonaro trocar de partido para não ser contaminado pelas laranjas podres.
O que seria o fim do PSL.
Jornalista
Fonte: https://www.brasil247.com