Passado e futuro voltam a se encontrar no mundo atual, através das Fake News, esse emaranhando de corrupções, mentiras e inverdades sobre muitos assuntos, econômicos, sociais e principalmente político, que são de grande interesse para a sociedade brasileira. Mas afinal, o que são as Fake News? Segundo Andreas Kaplan (2020), Fake News, são uma forma de imprensa marrom que consiste na distribuição deliberada de desinformação ou boatos via jornal impresso, televisão, rádio ou on line, como acontece nas midas sócias. A utilização desse poderoso instrumento de malefícios e desestabilização da sociedade “Fake News” não é recente, data da idade média, a citar como exemplo histórico, mas, aterrorizante o que ocorreu com a Joana D’Arc que foi queimada viva numa fogueira em praça pública em 30 de maio de 1431 na cidade francesa de Rouen, após circular mentiras de que a mesma era herege, um dos principais motivos que resultou na prisão, julgamento e condenação à morte na fogueira por inquisidores da igreja católica na época. Entretanto, apesar de tal fato ter ocorrido em séculos passados, as mentiras ou Fake News como são conhecidas na atualidade, ainda insistem em sobreviver na contemporaneidade brasileira, causando, humilhação, injurias, difamação, constrangimentos, transtornos e temor para toda a sociedade e, às vezes, chegando ao extremo, como por exemplo, a morte injusta de algum ser humano que foi vítima das Fake News.
Essas notícias falsas e levianas, são de tamanha preocupação entre os cientistas, pesquisadores, pessoas informadas e de bem da sociedade brasileira, membros do governo e também do judiciário, já que as mesmas podem causar tantos malefícios na sociedade e entre classes sócias, que podem levar a consequências devastadoras de comportamento e agressividade entre as pessoas. Vários exemplos desse grau de sequelas e mazelas que as Fake News podem causar na sociedade, estão estampados a cada momento na mídia social, como foi o caso de uma mulher morta por linchamento popular em um município do estado de São Paulo, depois que notícias falsas se espalharam na internet acusando-a de matar crianças em rituais satânicos e mais recentemente o caso das mentiras e boatos sobre a vacina contra a Covid-19, dentre muitos outros. Entretanto, pior do que a mídia prestar esse desserviço à sociedade brasileira esse tipo de informação falsa ou mentirosa se torna mais malevolente quando sai da boca ou é publicada por uma pessoa renomada ou famosa, como, escritor, cientista, artista ou ator, ou mesmo, quando uma autoridade política, jurídica ou líder nacional ou mundial se prestam a fazer esse tipo de desserviço ao mundo ou antipatriotismo a seu povo, a seu pais, como fez Adolfo Hitler, que usava das mentiras e terrorismo, para pregar suas ideologias políticas e nazistas, e assim, promover a sua imagem e posar de bom samaritano, durante a segunda guerra mundial.
Segundo a UOL, os três países que mais divulgam ou estão envolvidos com Fake News são, Índia, Estados Unidos e o Brasil. Porém, apesar do Brasil estar contaminado por essa onda de notícias falsas, mentirosas e enganosas, ainda há tempo para reverter esse processo e tentar diminuir ou até mesmo conter essa onda de sequelas que esse tipo de comportamento anormal tem causado a sociedade brasileira. Sendo assim, cabe ao Governo, por meio da Câmara ou Senado Federal, aprovar a lei sobre a criminalização da divulgação de notícias falsas que tramitam nessas casas, de modo que a sociedade seja privada de conviver com essas informações prejudiciais ao desenvolvimento social. A mídia, principalmente, o “google e o facebook”, cabe confirmar a veracidade das postagens ou notícias e, tirar do sistema as páginas que contém esse tipo de divulgação já que as redes sociais se tornaram um ambiente congestionado de diálogos principalmente sobre as questões políticas, econômica e sociais e, assim sendo, as chamadas Fake News nesse ambiente, podem prejudicar a médio e longo prazo a estabilidade da cordialidade, da amizade, da educação, do respeito mútuo a justiça, entre as famílias, os amigos e os cidadãos brasileiros de um modo em geral, bem como, ameaçar a consolidação da democracia no país. Por outro lado, a mídia seria, responsável e imparcial com a notícia e a informação verdadeira, pode ajudar, fazendo a propaganda educativa e de sensibilização da sociedade, e assim, contribuir com a população brasileira a conhecer e reconhecer o que sejam essas Fake News e não as divulgar, de modo a evitar ou reduzir o compartilhamento ou encaminhamento das mesmas, principalmente, no âmbito social.
Estamos vivendo tempos difíceis de se acreditar até mesmo no obvio, e, nesse contexto, algumas frases memoráveis de Zygmunt Bauman, um sociólogo e filósofo polonês e britânico, autor do conceito modernidade líquida o qual expressa que estamos vivendo tempos de instabilidade e volatilidade, está muito atual e conectada com essa realidade, pois segundo ele, a única coisa que podemos ter certeza, é a incerteza; que as redes sociais são uma armadilha”; que tudo é mais fácil na vida virtual, mas perdemos a arte das relações sociais e da amizade”; esquecemos o amor, a amizade, os sentimentos, o trabalho bem feito, o que se consome, o que se compra, são apenas sedativos morais que tranquilizam seus escrúpulos éticos e que foi uma catástrofe arrastar a classe média à precariedade, por que agora, o conflito não é mais entre classes, e sim de cada um com a sociedade”.
Reginaldo Ferreira da Silva, Engenheiro Agrônomo, Professor e Pesquisador da UFAC, Mestre e Doutor em Ciência dos Alimentos
PhD em Biotecnologia de Produtos da Amazônica