A inovação segura na educação significa compreender um processo e pensar como melhorá-lo, aumentando a qualidade para todos os envolvidos no sistema, alunos, professores, diretores, coordenadores e muitos outros que estão indiretamente no organograma educacional. Nos últimos meses, observamos como a pandemia da COVID-19 promoveu um avanço da utilização de diferentes tecnologias para prosseguir com as aulas no calendário desejado.
A adoção de um currículo flexível pelas instituições de ensino superior é um exemplo dessa realidade, pois os alunos seguem expondo o desejo de personalizar o próprio ensino de acordo com as preferências e objetivos profissionais. Chegamos em um momento do mundo em que, principalmente os jovens, não conseguem se manter por muito tempo dentro de uma caixa pré-estabelecida por quatro ou mais anos da graduação.
Notamos que um dos principais desafios enfrentados nas instituições é a evasão dos alunos por desmotivação com o curso, quando em torno dos 18 anos, logo após sair do ensino médio, o jovem decide o que fazer “para a vida inteira” e ao chegar nas aulas, descobre que nem tudo apresentado tem impacto real em seus objetivos. A desmotivação com as disciplinas não impacta negativamente apenas o estudante, mas também as universidades, no caso das privadas que perdem uma matrícula pagante, e as públicas que deixam de aceitar outro candidato.
Essa situação é constante em nosso país, mas quando existe a opção do currículo flexível é possível minimizar ou até mesmo eliminar o problema. Alguns profissionais da educação ainda apresentam resistência ao modelo, que é 100% aprovado pelas determinações do Ministério da Educação, ou seja, ele não prejudica a qualidade do ensino. Para os professores também é benéfico, pois não precisarão encaixar os conhecimentos sobre as matérias em um modelo pré-determinado e engessado, e podem organizar da maneira mais prática para suas necessidades e perfil de ensino.
Os estudantes devem ser protagonistas da jornada de aprendizagem, pois esse sentimento de autonomia vai criar uma participação ativa, engajada na sala de aula e um profissional mais preparado dentro dos objetivos propostos. Em uma classe com 40 alunos, por exemplo, não é possível o docente conseguir atingir todas as 40 expectativas profissionais, 40 direcionamentos de carreira, 40 preferências teóricas, o que causa uma frustração de ambos os lados.
Levando em consideração todos os aspectos mencionados, chegamos agora em outro ponto: o ensalamento das instituições de ensino. Podemos afirmar que além de todo o benefício acadêmico, o currículo flexível é um instrumento poderoso na lucratividade do ensalamento, conseguindo oferecer em menos salas de aula uma série de conteúdos que atingem mais alunos.
Por fim, como mencionado anteriormente, não devemos ser reativos e aguardar uma situação extrema para buscar soluções inovadoras. Precisamos nos antecipar nas tendências, acompanhar as novas necessidades dos alunos que surgem ano após ano e utilizar a tecnologia disponível a favor da educação. A qualidade do ensino é, e sempre será, o fator principal, mas a maneira como ela é aplicada pode ser decisiva na construção acadêmica de um profissional de sucesso.
Bruno Berchielli é CEO da Blox, EdTech especialista em flexibilização curricular para Ensino Médio e Ensino Superior oferecendo alternativa ao tradicional “Sistema Seriado” de ensino.
Fonte: https://www.jb.com.br