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Ciro Gomes cava sua cova política

Alardeando sempre sua condição de professor de Direito, o eterno presidenciável Ciro Gomes, hoje no PT, atropelou – e de forma politicamente incorreta – o Código Penal Brasileiro.

Sem esconder sua mágoa com os petistas, mas deixando sem explicações o fato de o eleitorado o ter abandonado no último pleito presidencial onde só conseguiu ganhar no seu estado natal (Ceará), Ciro destila ódio para todos os lados. Acaba mostrando que já não se pode confiar no que diz.

As contundentes críticas ao PT e aos erros dos petistas, que todos reconhecem existir, embora em com variações diversas, parecem não levar em conta o apoio que o partido de Lula teve no pleito, apesar de toda à campanha contra que sofreu. Inclusive por parte do próprio Ciro.

Afinal, mesmo atacando-os, o new pedetista, como mostra o quadro abaixo, não conseguiu superá-los em nenhuma das regiões do país. Pior ainda, no seu Nordeste, onde cresceu e galgou sua trajetória política até com excelentes resultados, ele foi obrigado a verificar a supremacia petista. Amargou um terceiro lugar, atrás até mesmo de Jair Bolsonaro. Muito provavelmente por conta das campanhas de Fake News que ninguém mais tem dúvida de que manipularam o resultado eleitoral em 2018.

Ciro critica o PT, mas não explica os motivos que o levaram a ser jeitado em todo o país. Só conseguiu votos no seu Ceará.

Ciro não se conforma de o PT não ter aberto mão da disputa, dispensando seu eleitorado cativo bem superior ao dele. Mas não revela que, chamado a somar forças, ainda no primeiro turno, abriu mão de formar uma chapa com Lula, o que poderia ter lhe levado à cabeça de chapa quando da confirmação do impedimento ilegal do líder petista, no golpe judicial perpetrado.

No lugar de aliar-se e esperar a oportunidade de ser cabeça da chapa, apostou que poderia ganhar sozinho, buscando apoio ao centro na vã tentativa de se beneficiar do antipetismo. Errou feio.

Voltou a errar quando, após o primeiro turno, omitiu-se por completo, fugindo para as férias em Paris e deixando de se manifestar sobre o segundo turno da eleição.

Talvez soubesse que seu apoio poderia significar pouco. Ainda assim, deveria ter ao menos dissimulado e se posicionado como o democrata que diz ser, consciente da necessidade de evitar o pior para o Brasil.

Tem, portanto, sua parcela de culpa na vitória do bolsonarismo e, consequentemente, na tormenta que se abate hoje sobre todos os brasileiros.

Na eleição presidencial, Ciro amargou terceiro lugar em todas as regiões. Ainda assim queria que o PT abrisse mão de participar.

Se a soberba lhe levou ao erro de avaliação política, hoje o ódio e a mágoa que lhe dominam lhe fazem, apesar do título de professor em Direito, atropelar feio o Código Penal.

Até por conta do que ainda nos resta de democracia, aquela que está a cada dia mais ameaçada por esse governo de treva que a omissão de Ciro ajudou a eleger, a ele é dado o direito constitucional de criticar quem quer que seja.

Portanto, nenhum problema quando não gosta e reclama do que jornalistas escrevem a seu respeito.

O que ele deveria saber e respeitar na condição não apenas de professor de Direito, mas também de político experiente é que críticas políticas se rebate politicamente. Com argumentos, ideias. Não com aleivosias. Calúnias. Inverdades.

No momento em que, provavelmente por falta de argumentos políticos, Ciro recorrer a acusações gratuitas e inverídicas, ele simplesmente perde a razão e incorre em crime.

Foi o que fez com os jornalistas Paulo Moreira Leite, do Brasil247, e Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo.

Na entrevista dada ao UOL/Folha de S.Paulo, Ciro, a pretexto de criticas jornalistas, cometeu crime acusando-os sem provas.

Pior, ao atingi-los, acabou atingindo também todos nós seus colegas que como os dois lutam para sobreviver com seus Blogs e sites. Os mesmos que Ciro consideram serem “tudo picareta”, fazendo a prática corrupta”.

Agora, após acusações infundadas, certamente terá dificuldades de prova-las judicialmente em qualquer ação que lhe venha a ser proposta, na defesa da honra a dos atingidos.

Como acusou levianamente, demonstrando total falta de conhecimento da vida profissional de quem por ele foi acusado de “picareta” e “corrupto”, o eterno presidenciável não terá como provar judicialmente as acusações indevidas.

Mas a possível condenação a futuras indenizações talvez não lhe seja a pior consequência da desastrada entrevista ao UOL/Folha de S.Paulo. Até porque, com a Justiça brasileira do jeito em que se encontra, ela deverá demorar. Quando acontecer, muitos já terão esquecido do fato em si. Ciro poderá nem ter o peso político que ainda tem, uma vez que nada faz para cultivá-lo.

Mais grave é que ao fazer falsas acusações, Ciro coloca em risco sua própria credibilidade. Afinal, se é capaz de acusar sem conhecer a história das pessoas, quem garantirá que todo o resto que falou é calçado na realidade? Em fatos concretos? Em análises embasadas?

Não bastasse colocar em risco sua credibilidade, Ciro, com a sua metralhadora giratória sem mira e sem controle, acaba ainda afastando-se mais dos poucos grupos progressistas – e nem se fale aqui apenas na esquerda – que ainda mantinham algum respeito pela vida política que já apresentou.

A cada dia ele consegue destruir mais pontes que o ligavam a estes grupos. A entrevista foi apenas uma nova demonstração do seu despreparo para lidar com as críticas de possíveis aliados. Ou seja, lamentavelmente, demonstra seu despreparo para conviver com a prática democrática. Uma prática que até hoje, no voto, o vem rejeitando há muito tempo para o cargo que almeja.

Ao que tudo indica, ele cava sua própria cova. Afinal, queira ou não, como demonstra Aroeira em sua charge, no fundo Ciro Gomes faz o mesmo jogo os bolsominos. Mas, deles, certamente não terá apoio.

Fonte: https://www.brasil247.com.