O eleitorado de extrema-direita, o mais estridente nas redes sociais, por isso dá impressão
de ser maior do que é, continua sendo e sempre foi minoritário no Brasil.
Quem elegeu Bolsonaro foi eleitorado de direita que votou em Aécio Neves em 2014 e estava ansioso para derrotar o PT, seu grande inimigo - e vice-versa.
Passados oito meses de governo, esse eleitorado percebeu que Bolsonaro governa somente para a extrema-direita e não para a maioria que o elegeu. Seus deputados e senadores também já sabem que não têm espaço no governo quem não for de extrema-direita.
Esse foi o grande erro do governo: iludiu-se achando que a extrema-direita é majoritária no Brasil e que foi eleito por ela e o resto que se estrepe.
Agora que a “ameaça petista” não existe mais, esse eleitorado - e os representantes que escolheu no Congresso - estão fugindo de Bolsonaro como o diabo da cruz em busca de uma alternativa menos radical.
A classe média não quer saber de instabilidade e incerteza - que é o que Bolsonaro tem oferecido até agora e promete continuar oferecendo.
Esse é o pano de fundo da possível fusão entre PSDB, DEM e PSD, articulada por João Dória, Gilberto Kassab e Rodrigo Maia para as próximas eleições municipais, ano que vem, que transformaria seus deputados na maior bancada da Câmara Federal.
Jornalista
Fonte: https://www.brasil247.com